Fernanda Werneck lidera pesquisa para avaliar o impacto das mudanças climáticas na região entre a Amazônia e o Cerrado, na região chamada de Arco de Desmatamento. Os resultados podem contribuir para a definição de estratégias de conservação.
A região entre a Amazônia e o Cerrado, chamada de Arco do Desmatamento, é uma área criticamente ameaçada pela destruição de habitats no Brasil. A afirmação é da bióloga Fernanda Werneck, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Uma das sete vencedoras do prêmio "Para Mulheres na Ciência", promovido pela L'Oréal juntamente com Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco/Brasil) e Academia Brasileira de Ciências (ABC), Fernanda lidera uma pesquisa com lagartos para avaliar os impactos das mudanças climáticas nos riscos de extinção e na capacidade de adaptação das espécies da Amazônia e do Cerrado.
Segundo ela, a proposta é indicar os potenciais riscos de extinção de diferentes espécies de lagartos nos dois biomas e na área de transição entre eles. A expectativa é que os resultados das pesquisas contribuam para a definição de estratégias de conservação.
"A pesquisa visa aprimorar o conhecimento sobre a biodiversidade na região de transição (ecótono) Amazônia-Cerrado, área que coincide com o Arco do Desmatamento, abrangendo o sudeste do Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre, avançando para o sul do Amazonas, mais recentemente", explicou.
O projeto é financiado pela agência internacional United States Agency for International Development (USAID), por meio do programa científico Partnerships for Enhanced Engagement in Research (PEER), em colaboração com o Inpa, a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e a University of California-Santa Cruz.
Prêmio
O prêmio "Para Mulheres na Ciência" tem o objetivo de incentivar mulheres cientistas a seguir carreira na pesquisa. Para a pesquisadora Fernanda Werneck, é preciso diminuir as barreiras que dificultam às mulheres a construção de carreiras científicas de sucesso e a ocupação de posições de liderança. "As mulheres têm um importante papel no avanço do conhecimento nas mais diversas áreas da ciência, basta que as oportunidades sejam equilibradas. Sinto-me honrada em receber este prêmio e assim ajudar a dar maior visibilidade às contribuições que jovens cientistas brasileiras, incluindo pesquisadoras do Inpa e da região Norte, têm realizado."
Cada uma das sete cientistas receberá uma bolsa-auxílio para dar prosseguimento às pesquisas. A cerimônia de premiação será realizada no dia 20 de outubro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
Fonte: Assessoria
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