1ª safra da Usina Enersugar S.A começa em maio
18-03-2020
A última safra da Usina Pau D’Alho foi em 2012, adquirida por produtores de cana, a unidade renasce como Enersugar e voltará a moer na safra 2020/21
Luciana Paiva
As notícias que envolvem o mundo e o Brasil são tristes, mas na pequena Ibirarema, com menos de 8 mil habitantes, localizada no sudoeste paulista, a população tem um motivo para sorrir: a unidade sucroenergética instalada no município e que realizou sua última safra em 2012, volta a atividade, gerando mais de 700 empregos diretos e aquecendo a economia da região.
A massa falida da antiga usina Pau D’Alho foi adquirida pelos produtores de cana, Sylvio Ribeiro do Valle e pelos irmãos Finotti, Dorival e Dirceu, que reabrem a unidade como o nome de Usina Enersugar S.A.
Para terem mais fôlego e poderem aumentar os investimentos na usina, os sócios buscaram investidores no mercado e fecharam com a norte-americana Amerra Capital Management, já parceira de outras duas unidades sucroenergéticas a BEL – Bahia Etanol S.A, e a Rio Amambai Agroenergia, em Mato Grosso do Sul. Na Usina Enersugar S.A, a Amerra Capital Management será sócia minoritária.
Sylvio conta que com o fechamento da Pau D’Alho, a Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana), da qual é presidente, junto com produtores de cana, cuidaram dos canaviais, a cana foi fornecida para outras unidades da região. Assim, os canaviais da Engesucar não estavam em situação crítica.
Mesmo assim, a área agrícola é a que mais demanda investimentos, cerca de 50 milhões de reais, destinados principalmente ao plantio. Até o fim de 2020, serão plantados 5 mil hectares de cana, a meta da Engesucar é plantar 10 mil hectares de cana.
O polivalente Sylvio está na reta de chegada para transformar o sonho em realidade
Na área industrial estão sendo investidos 25 milhões de reais. “Durante o período em que a usina esteve fechada, conseguimos realizar um patrulhamento, uma vigilância para que as instalações não fossem saqueadas. Por isso, os investimentos na indústria são baixos”, diz Sylvio. Outros 25 milhões de reais serão destinados ao capital de giro da empresa.
A manutenção segue em ritmo acelerado e deve terminar até o final de abril. “A expectativa é de entrarmos maio moendo. O clima ajudou e deveremos processar 1 milhão de toneladas em nossa primeira safra”, informa Sylvio. A capacidade de moagem da unidade é de 2,2 milhões de toneladas.
Em relação ao mix de produção, inicialmente, a intenção era direcionar a cana para o etanol, mas os acionistas resolveram também investir na fábrica de açúcar e aproveitar as oportunidades do mercado. O mix de produção da Enersugar ainda não está definido.
Para tornar a Enersugar realidade, a vida de Sylvio tem sido muito agitada. “Eu cobro escanteio, cabeceio e defendo”, brinca o recente “usineiro”, fazendo uma alusão ao futebol. Mas garante, que logo que a casa estiver em ordem, ele vai para o conselho, pois a empresa será gerida por uma equipe de profissionais com grande experiência no setor. “Contratamos um time de craques, comparado a seleção brasileira de futebol de 1970, campeã do mundo jogando bonito”. Que a Usina Enersugar S.A faça muitos gols.
Fonte: CanaOnline