5º Ciclo de Seminários Agrícolas Biosul reúne profissionais do setor sucroenergético em Dourados
17-06-2019

Imagens: Divulgação/Biosul
Imagens: Divulgação/Biosul

No segundo evento em 2019, o tema foram técnicas, pesquisas e novidades em tratos culturais de soqueira de cana.

Por Biosul e Embrapa Agropecuária Oeste

Colaboradores das usinas sucroenergéticas de Mato Grosso do Sul, pesquisadores e profissionais da área agrícola se reuniram para discutir técnicas, resultados e novidades em tratos culturais de soqueira de cana. O assunto foi tema da segunda edição do 5º Ciclo de Seminários Agrícolas Biosul que aconteceu nesta quinta-feira (13), na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados.

Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, o evento chega na quinta edição se consolidando no segmento sucroenergético dentro do Estado. “A proposta desse evento é manter as equipes das usinas associadas à Biosul o mais alinhadas possível com o que há de mais moderno no setor.  É o quinto ano que fazemos o evento, juntamente com a Embrapa e empresas parceiras, trazendo uma diversidade de temas relevantes ao longo do ano para o nosso segmento e o resultado desse trabalho tem superado as nossas expectativas”, ressaltou.

Na abertura do evento Hollanda compartilhou boas notícias para o setor sucroenergético no Estado como o avanço do RenovaBio, Programa Nacional de Biocombustíveis, e a previsão de implementação do programa para janeiro do ano que vem. “A atenção do setor está voltada para o avanço do RenovaBio, que deve ser implementado já no início do próximo ano. Como parte do preparo para o programa vamos receber em breve o RenovaBio Itinerante, que será realizado em Campo Grande”.

O chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus, destacou a importância da parceria com a Biosul para a realização do ciclo de seminários. “Esse é um modelo de parceria de sucesso que possibilita a interação com esse importante segmento do agronegócio de Mato Grosso do Sul”, falou durante a abertura da programação.

O evento é uma realização da Biosul [Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul] em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste e organização da TCH Consultoria em Gestão Agrícola. A cada ciclo são realizadas várias edições com diferentes temáticas relevantes para o setor sucroenergético em que pesquisadores e empresas parceiras apresentam novidades em manejo e tecnologias. Nesta edição, 150 participantes marcaram presença no evento.

Pesquisas

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Luiz Alberto Staut apresentou no seminário estudo sobre a dinâmica do potássio em áreas de recolhimento de palhiço residual. As pesquisas sobre o tema estão sendo realizadas no campo desde 2013, e agora ao final da quarta safra, os resultados foram comprovados e evidenciaram que o recolhimento de até 50% do palhiço do solo não prejudica a dinâmica do potássio no canavial.

Segundo ele, “caso haja retirada de 50% do palhiço das lavouras de cana-de-açúcar, durante a renovação dos canaviais, é preciso realizar a reposição de potássio, sendo necessário até 50 kg de produto por hectare”.

Staut confirmou que o potássio adicional se refere aos casos em que houve retirada do palhiço. O pesquisador salienta que “caso o palhiço não seja retirado da lavoura, ainda assim é preciso realizar o processo de reposição do potássio na fase de manutenção anual dos canaviais, porém nesse momento a quantia demandada em favor da correção deve ser feita com base na análise química do solo”.

Sistemas de produção de soja na renovação de canaviais também foi assunto na programação do 5º Ciclo de Seminários Agrícolas Biosul. O estudo foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Cesar José da Silva

Segundo ele, a soja vem crescendo muito nas áreas de renovação do canavial em função de sua remuneração. “Atualmente, o custo da renovação dos canaviais oscila entre de 7 e 9 mil reais por hectares. O cultivo de soja é uma alternativa para geração de renda durante o processo de renovação dos canaviais, contribuindo para amortização dos custos com preparo de solo, aplicação de corretivos e implantação de um novo canavial. “A soja contribui com a fixação biológica de nitrogênio entre 40 e 60 kg por hectare”, informou Cesar.

O pesquisador falou ainda sobre os pontos fortes e fracos do cultivo de soja com a cana-de-açúcar e explicou “estamos verificando os ajustes necessários para esse sistema de cultivo de cana com soja no sistema de MEIOSI (Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente)”.

Ele destacou ainda alguns dos atuais desafios enfrentados pela pesquisa, que está avançando em busca de respostas para o cultivo de soja em ambientes restritivos e explicou “existe uma oportunidade de uso de soja para a renovação de canaviais, mas essa expansão dos canaviais está acontecendo em áreas de solos arenosos, com baixa fertilidade e em regiões com chuvas irregulares e ocorrência de veranicos”.

Para ele, apesar do aumento do risco climático para a cultura da soja, alguns ajustes no sistema de produção podem viabilizar o cultivo de soja, sempre que for necessário fazer o preparo reduzido para a entrada do canavial.

*Com a colaboração de Christiane Congro Comas, assessora de comunicação da Embrapa Agropecuária Oeste