A vez da vinhaça!
30-09-2015

Produção e comercialização do biometano originário da vinhaça pode ser a redenção desse subproduto do etanol e mais uma fonte de renda para o setor

Quando o Brasil colocou em prática o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1975, o país assumiu não só o posto de maior produtor de álcool combustível do mundo, mas também o de maior produtor de vinhaça: resíduo do processamento industrial para obtenção do álcool. Para cada litro de álcool, são produzidos cerca de dez a 13 litros de vinhaça.

Quanto mais se produzia álcool, maior o volume da vinhaça, o que se transformou em um sério problema para as usinas: que destino dar ao famoso “garapão?”. Muitos desastres ambientais ocorreram até que o empresário Maurilio Biagi passasse a irrigar com vinhaça os solos fracos da Usina Santa Elisa, em Sertãozinho, SP. O aumento de produtividade foi de espantar, há registros de áreas que no final da década de 1960, a produção era de 30 toneladas por hectare, com o auxílio da fertirrigação passou para 100 toneladas. É que este subproduto é constituído por uma suspensão de sólidos, rico em substâncias orgânicas e minerais, e com predominância do potássio.

Ainda na década de 1970, surgiram pesquisas para produzir biogás a partir da vinhaça, mas o custo desse gás não era economicamente viável, e como a aplicação da vinhaça in natura, em substituição total ou parcial às adubações minerais, passou a ser um bom negócio para o setor, as pesquisas para reduzir o custo da produção do biogás esfriaram.

Mas com a tecnologia de motores flex, lançada em 2003, e que impulsionou grande aumento no volume da produção de etanol, a vinhaça produzida passou a figurar como excesso. Para se ter uma ideia: se neste ano, a produção brasileira de etanol alcançar os 30 bilhões de litros, a produção de vinhaça será superior a 300 bilhões de litros.

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