Açúcar: preços sobem nos mercados internacional e interno
28-04-2015

Os preços do açúcar encerraram a última semana valorizados. Em Nova York, a commodity teve uma alta de 14 pontos no vencimento maio/15, cotada a 13,23 centavos de dólar por libra-peso. No lote julho/15, ela subiu 16 pontos e foi comercializada a 13,19 centavos de dólar por libra-peso.

Em Londres, os preços do açúcar também subiram. Na tela agosto/15, ele foi negociado a US$ 374,70 a tonelada, alta de US$ 6,70. Nos lotes de outubro/15 a maio/16, o aumento oscilou de 3,80 a 4,90 dólares.

Os especialistas consultados pelo jornal Valor Econômico de hoje (27) disseram que a valorização foi resultado de compras técnicas, influência cambial e especulações com a demanda.

O Diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa explicou em seu artigo semanal que, apesar da alta pontual, "é sempre bom lembrar que a variação desta semana foi negativa em 31 reais por tonelada, pois o real fechou a 2.9550 contra 3.0544 na semana anterior. Acende-se aqui uma luz amarela: este seria o pior dos mundos para o açúcar, real valorizado com açúcar caindo. O custo da importação da gasolina sendo menor em reais cria uma expectativa de preços menores para o hidratado."

Ele disse ainda que "se dólar e petróleo se valorizarem, o etanol fica mais competitivo e menos açúcar brasileiro será disponibilizado para o mercado mundial, apontando preços para cima em NY. Se o petróleo sobe e o real se valoriza em relação ao dólar, as importações de petróleo em reais se mantem inalteradas e o mercado de açúcar fica mais sensível às arbitragens com tendência do preço em NY entre neutra e baixista. Se o petróleo cai mas o dólar se valoriza em relação ao real, é neutro para o etanol (que não muda sua paridade em reais com a gasolina) e baixista para o açúcar até o limite da rentabilidade do hidratado. Por fim, se ambos o petróleo e o dólar se desvalorizam, é ruim tanto para o etanol quanto para o açúcar".

Para Corrêa, o que pode mudar isso é o tamanho da safra de cana abaixo de 570 milhões de toneladas, surpresas vindas da China e Tailândia e os atrasos na moagem ou escoamento. "Não é o que se pode chamar de mundo cor de rosa", concluiu o Diretor.


Mercado interno

Segundo os índices do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP, o mercado interno ficou valorizado. A saca de 50 quilos do tipo cristal foi cotada a R$ 51,73, alta de 0,14% no comparativo com a véspera.

Patrícia Mendonça