Agência prevê freada no consumo global de óleo
15-12-2014
O preço do barril de petróleo continuou a sua rota de queda nesta sexta-feira (12) depois que a Agência Internacional de Energia (organismo das economias de países desenvolvidos) voltou a reduzir sua previsão de crescimento da demanda global pelo combustível no ano que vem.
Nesta sexta, a cotação do tipo Brent (principal referência atualmente no mercado internacional) caiu 2,87%, para US$ 61,85, o menor valor em mais de cinco anos. Nos últimos 30 dias, o preço já recuou 23%. Em junho, o Brent chegou a ser negociado por mais de US$ 115.
Segundo relatório mensal do instituto, a demanda global vai crescer em 900 mil barris diários no ano que vem, para 93,3 milhões de barris ao dia. A nova estimativa representa um corte de 230 mil barris ao dia em relação à anterior, de novembro.
De acordo com a agência, a queda nos preços do petróleo foi insuficiente até o momento para estimular o aumento da compra pelos consumidores.
Nos últimos dias, analistas têm dito que a queda nos preços pode ser benéfica para países ricos, que poderiam usar o dinheiro economizado com o combustível para comprar outros bens.
A AIE disse que ainda é cedo para esperar que os preços baixos do petróleo comecem a reduzir seriamente o crescimento da oferta na América do Norte.
"Pode levar algum tempo para que a oferta e a demanda respondam à queda nos preços", disse a AIE em seu relatório mensal.
Pressão
Os preços do petróleo devem ser ainda mais pressionados, segundo a AIE, após cortar sua perspectiva para o crescimento da demanda em 2015 e prever que o aumento na oferta de países de fora da Opep (organização que reúne grandes exportadores) vai agravar o excesso.
Os preços do petróleo caíram 45% desde junho, com a venda generalizada ganhando ritmo após a Opep decidir, no mês passado, manter sua meta de produção.
A AIE disse que, caso a Opep mantenha seus níveis de produção, o excesso de oferta global chegará a 2 milhões de barris por dia na primeira metade de 2015, quando a demanda estará fraca por fatores sazonais.
No fim do mês passado, os membros da Opep decidiram não reduzir sua produção, a despeito de meses de queda nos preços da commodity.
O cartel acredita que a cura para o excedente de produção cada vez maior é um corte nos preços.
Com Agências de Notícias