Anfavea espera com Moderfrota reação das vendas até o final do ano
07-08-2014

O segmento de máquinas agrícolas espera que com a retomada do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) as vendas desses equipamentos cresçam nos últimos cinco meses do ano.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou nesta quarta-feira que no período de janeiro a julho as vendas foram 19,2% menores na comparação com o mesmo período de 2013. O desempenho refletiu a demora na confirmação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que só saiu no final de janeiro. ´As taxas (do Moderfrota) são semelhantes às do PSI com a vantagem de adotar o calendário da safra brasileira, que vai de julho a junho seguinte´, disse Ana Helena de Andrade, vice-presidente da Anfavea e executiva da AGCO no Brasil. Ela lembrou que até junho só era possível usar os recursos do Moderfrota para a compra de máquinas usadas. Depois o programa foi estendido ao financiamento de máquinas novas.

Para a executiva da Anfavea, a perspectiva de aumento da área plantada em 2014/15 e, consequentemente, da produção também deve estimular a troca de maquinário no atual ciclo. O Plano Safra anunciado em maio pelo governo definiu recursos de R$ 156,1 bilhões para a agricultura familiar, que devem, segundo a Anfavea, levar a um incremento de 4% na área e 9% na produção. ´Os agricultores terão de aumentar sua produtividade e aumento de produtividade significa aquisição de máquinas´, declarou Ana Helena.

Questionada sobre o efeito que os menores preços das commodities agrícolas no mercado internacional possa ter no investimento, com queda na aquisição de maquinário, a vice-presidente da Anfavea relativizou. ´Não ao ponto de fazer com que o segundo semestre seja pior que o primeiro´, disse. Para o segundo semestre, a Anfavea espera uma produção de aproximadamente 46,6 mil unidades, um avanço de 15,3% sobre o volume do primeiro semestre, de 40,4 mil. As vendas internas no atacado devem subir 21,9% na mesma comparação, de 32,9 mil unidades para 40,1 mil. As exportações, por sua vez, devem crescer 12,1%, de 6,6 mil unidades para 7,4 mil.

Mesmo com a esperada recuperação no segundo semestre, o segmento deve fechar o ano com uma produção 13,3% menor que a de 2013. A Anfavea também espera uma retração de 12% nas vendas internas e de 10,3% nas exportações. Ainda assim, os números não são considerados ruins pela entidade, levando em conta o desempenho dos últimos anos. No ano passado, o mercado registrou recorde de vendas, com 83.078 máquinas comercializadas, um avanço de 18,4% sobre 2012. Mas o ano de 2012 já havia sido positivo e o resultado de 2014 deve ficar no mesmo patamar.

De acordo com a empresária, o mercado de colheitadeiras foi o mais afetado em 2014, pois o período de maior demanda é de dezembro a fevereiro e o PSI passava, na virada do ano, por um momento de regularização do calendário e ajuste de contas, dificultando a contratação de linhas de financiamento por parte dos produtores.

06/08/14
Fonte: Agência Estado