Apesar da crise, 2015 foi ano de conquistas para a RIDESA UFSCar
22-12-2015

Apesar das dificuldades que o setor sucroenergético atravessou em 2015, não faltou apoio para as atividades do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) desenvolvido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), integrante da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RIDESA). “Temos motivos para celebrar; afinal, em 2015 celebrou-se o quadragésimo quinto aniversário das variedades RB e vigésimo quinto aniversário da RIDESA”, salienta Hermann Hoffmann, coordenador do PMGCA da UFSCar.

Segundo o Censo Varietal de 2015, realizado pela RIDESA/UFSCar nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, as variedades RB chegaram a 65% da área de plantio, considerando 138 unidades produtoras da cultura, resultado que coroa o trabalho desenvolvido pela equipe. No entanto, segundo Hermann, a missão da instituição é de permanecer em constante contribuição para o desenvolvimento do setor sucroenergético visando o desenvolvimento contínuo de novas variedades.

NOVAS VARIEDADES
O programa de melhoramento genético da RIDESA/UFSCar demanda entre 10 a 15 anos, desde os cruzamentos realizados na estação experimental da Serra do Ouro, Murici/AL (sob coordenação da RIDESA/UFAL), até a obtenção da futura variedade, passando por várias etapas de seleção e estudos. Hermann explica que, para o fluxograma de seleção do ano de 2015, foram considerados mais de 300.000 seedlings (novos indivíduos) plantados em seis regiões diferentes, onde estão situadas as duas estações experimentais da UFSCar (Araras/SP e Valparaíso/ SP) e quatro usinas parceiras.
“Ainda, ao considerar a rede experimental atual compreendida pelos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, há mais de 200 experimentos em andamentos, em que cerca de 70 foram implantados neste ano. Ressalta-se que em 2015 a RIDESA/UFSCar também iniciou os trabalhos referente à cana energia, cujos primeiros experimentos devem ser implantados em 2016 visando atender este novo nicho de mercado”, diz Hermann.
Além das visitas técnicas realizadas rotineiramente às Usinas e Associações de fornecedores conveniadas ao Programa, que somam mais de 160 parceiros, Roberto Chapola, pesquisador do PMGCA da RIDESA/UFSCar, destaca que foram promovidas oito reuniões regionais envolvendo as Usinas conveniadas e duas com as Associações. Os encontros foram sediados nas seguintes usinas: Santa Lúcia, Alta Mogiana, Guarani - Unidade Cruz Alta, São Manoel, NovAmérica Agrícola – Unidade Tarumã, Pitangueiras, Moema e em Dourados/MS com a colaboração da Biosul. Já com as Associações, as reuniões foram no Campus da UFSCar, em Araras/SP, e na Associação dos Fornecedores de Cana do Oeste Paulista (AFCOP). “Esses encontros tiveram como objetivos promover debates sobre problemas e desafios específicos de cada região, além de reforçar o posicionamento da equipe RIDESA/UFSCar com relação ao uso de variedades com resistência genética no controle de doenças, e discutir o correto manejo das variedades RB”, relata Chapola.

LANÇAMENTO DE 4 VARIEDADES
Quanto aos aspectos acadêmicos, os docentes do RIDESA/UFSCar são responsáveis por ministrar 13 disciplinas na graduação para os cursos de Engenharia Agronômica e Bacharelado em Biotecnologia. Também atuam no curso de pós-graduação em “Produção Vegetal e Bioprocessos Associados” ofertado pela UFSCar no Campus de Araras, no qual colaboram com quatro disciplinas e orientam seis alunos de mestrado. Além disso, em 2015 foram publicados 14 trabalhos técnicos científicos e três trabalhos de conclusão de curso da Engenharia Agronômica. Ao longo deste ano, nove alunos da graduação realizaram estágio no programa de melhoramento, sendo treinados pela equipe para trabalhar no setor.
Por fim, o principal evento do ano consistiu na liberação nacional, que aconteceu em 25 de novembro, em Ribeirão Preto/SP. Na ocasião, 16 novas variedades RB, desenvolvidas por sete programas que fazem parte da RIDESA, foram liberadas. Dentre estes materiais, quatro variedades são produtos do trabalho desenvolvido pela RIDESA/UFSCar. São elas: RB-975952 (material hiperprecoce), RB-985476 (médio tardio), RB-975201 (material tardio) e RB-975242 (material tardio e rústico). “Todas as quatro variedades são resistentes às principais doenças, possuem boa longevidade e são adaptadas à mecanização”, conclui Hermann.

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