Após acordo, funcionários da Dedini retomam atividades em Piracicaba
16-12-2015

Audiência entre representantes da categoria foi realizada na segunda (14).

Empresa pagará benefícios; entidade prevê greve se houver descumprimento.

Após assinatura de acordo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os funcionários da metalúrgica Dedini Indústria de Base S/A, de Piracicaba (SP), retornaram às atividades nesta terça-feira (15). Os trabalhadores estavam paralisados desde 9 de dezembro, em protesto pela falta e atraso de pagamentos.

O sindicato da categoria adiantou, entretanto, que outra greve pode ser iniciada, caso haja qualquer descumprimento.

No acordo, assinado na segunda-feira (14), ficou acertado, entre as cláusulas, que os trabalhadores receberão o pagamento integral da segunda parcela do 13° até o dia 21 de dezembro, segundo a entidade. Procurada, a direção da companhia não se pronunciou sobre o assunto.

Segundo o diretor do sindicato da categoria, João Carlos Ribeiro, a empresa se comprometou a pagar o vale-compra de dezembro, de R$ 260, no dia 18 de dezembro e 27% no vale especial de natal até o dia 24. "Além disso, os funcionários horistas receberão os salários no dia 5 de janeiro, os mensalistas de fábrica e os cooperativos também serão pagos no mesmo mês. Os dias parados também não serão descontados", completou.

Protesto

No dia 9 de dezembro, os funcionários queimaram pneus e atearam fogo na guarita de recepção da empresa, em uma manifestação contra a falta de pagamento de salários e de verbas para os trabalhadores demitidos. O ato foi um protesto contra as demissões de pelo menos 200 trabalhadores - sendo 100 em Sertãozinho (SP) - e a falta de cumprimento de um acordo para pagar verbas rescisórias para 468 demitidos.

Os trabalhadores das quatro áreas da companhia, o administrativo, mecânica, fundição, caldeiraria.

Fogo na guarita

Sobre o ataque à guarita da empresa, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba, João Carlos Ribeiro, afirmou que havia pessoas no protesto que não tinham relação com a entidade e que podem ter provocado a depredação. "Tinha muita gente lá e não conseguimos ter controle sobre todos."

No inicio de dezembro desse ano, 200 trabalhadores das unidades de Piracicaba (SP) e Sertãozinho (SP) foram dispensados. Desde fevereiro de 2014, foram cerca de 1,6 mil funcionários dispensados nas duas cidades, segundo o sindicato. "Reivindicamos o pagamentos de salários atrasados, de férias, o cumprimento de acordos, demissões", disse o diretor.

Recuperação Judicial

Em agosto deste ano, a Dedini já havia demitido cerca de 650 funcionários em Piracicaba (SP) e Sertãozinho (SP). No mesmo mês, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial para tentar evitar a falência, e recebeu prazo para retomar a saúde financeira dos negócios.

Acordo

Ainda segundo a entidade sindical, a empresa não cumpre acordo feito na Justiça do Trabalho, em 11 de novembro, que determina o pagamento de R$ 1 mil e cesta básica, todo dia 29 de cada mês aos demitidos. A medida é válida até a realização da assembleia que será marcada pelo juiz que analisa o processo de recuperação judicial.

"Ao todo, 468 trabalhadores deste processo rescisório são prejudicados. A empresa também não cumpre com pagamento de férias, FGTS, há atrasos de salários, dentre tantos outros problemas", afirmou o sindicato em nota.