As indústrias que subsidiavam o produtor de cana já não podem mais manter essa política. Saiba por quê
01-07-2015

Segundo Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste, a escalada dos custos é um grande peso para o produtor de cana. Uma causa tem sido o processo de mecanização, que obrigou as usinas a fazerem investimento para se adaptarem ao que determina a legislação, ao mesmo tempo em que as máquinas trouxeram dificuldades do ponto de vista operacional.

“Outro ponto é que com a crise a saúde financeira praticamente de todas as unidades industriais piorou muito. Mesmo quem está bem poderia estar melhor. Com isso, boa parte das usinas que subsidiavam o produtor de cana no cct (corte, carregamento e transporte), especialmente na região de Ribeirão Preto, passou a adotar uma nova política.”

De acordo com Ortolan, um tempo atrás existiam muitas indústrias e muitos industriais. Havia concorrência. As usinas tinham capacidade ociosa e disputavam a cana dos produtores. Faziam isso subsidiando a colheita, às vezes fornecendo muda de cana. “Não cobravam do produtor a realidade, cobravam menos.”

“Mas agora, com a concentração do setor e enxugamento no número de industriais, diminuiu a competição. Tem mais usina nas mãos de menos grupos. Com aumento de custos, as dificuldades impostas pela mecanização e a baixa remuneração, quem está prestando serviço ao produtor não pode abrir mão de cobrar o que vale. E tudo ficou muito mais caro. Até pela produtividade, que tem registrado patamares baixos nos últimos anos. Este cenário corrói a lucratividade do produtor”, explica.

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