Benefícios do aumento do teor alcoólico na Fermentação rende milhões às usinas
08-10-2015

O diretor científico da Fermentec, Mário Lúcio Lopes, explica os benefícios decorrentes da adoção de tecnologias que permitem aumentar o teor alcoólico da fermentação. “Uma unidade industrial que produz 500 mil litros de etanol por dia, chega a ter um volume diário de vinhaça de 5,6 milhões de litros. Volume esse que precisa ser transportado até o campo por caminhões ou através de canais que cortam áreas férteis do canavial. Para esta mesma destilaria, a tecnologia ALTFERM® pode reduzir o volume de vinhaça em até 1,7 milhão de litros (30%) e, no caso do ECOFERM®, em até 2,8 milhões de litros (50%)”.

Ele ressalta, porém, que o aumento do teor alcoólico não irá alterar a quantidade dos principais componentes presentes na vinhaça, como minerais, potássio, cálcio, magnésio e fósforo. “Na verdade, esse resíduo estará um pouco mais concentrado, viabilizando, portanto, a fertirrigação em áreas mais afastadas da Usina.” Ou seja, diminui o custo para levar estes minerais em áreas mais distantes do canavial.

Elevar o teor alcoólico diminui, ainda, o consumo de vapor na destilaria, já que, em média, são consumidos 2,41 kg vapor/L etanol para um teor alcoólico de 8,5% no vinho. Isso representa um consumo de 241 mil toneladas de vapor por safra para uma destilaria com capacidade de produção para 500 m3 de etanol/dia. Neste caso, “a tecnologia ALTFERM® permite uma economia de até 590 Kg de vapor para cada 1.000 litros de etanol (ou 295 ton/vapor por dia) enquanto que, com o ECOFERM®, é possível obter uma economia de até 1.090 Kg de vapor para cada 1.000 litros de etanol (545 ton/vapor por dia)”, afirma Lopes.

Os gastos com insumos, como os antibióticos, também diminuem, pois, se houver contaminação, a resistência da bactéria em uma concentração mais elevada de etanol será menor. Esse efeito sobre as bactérias pode ser explicado pelo efeito sinergístico entre o etanol e o ácido succínico produzidos pelas leveduras como demonstrado anteriormente pela Fermentec. Há, também, economia de água no tratamento do fermento e grande apelo ambiental, pois o manejo e retorno da vinhaça à lavoura serão facilitados. “Quanto à agua usada na fermentação para diluição do levedo, as tecnologias ALTFERM® e ECOFERM® permitem reduzir os volumes em até 300m³ /dia (ALTFERM®) e 450m³/dia (ECOFERM®).”

Outro ponto positivo é a diminuição do consumo de bagaço. Dessa forma, haverá excedente que poderá ser vendido ou utilizado para cogeração de eletricidade. “Uma destilaria que produz 500 mil litros de etanol/dia (1 tonelada bagaço com 50% umidade gera 2,2 toneladas de vapor) pode elevar o teor alcoólico de 8% para 12% e, dessa forma, obter um excedente de 31.200 toneladas num período de 200 dias de safra. Porém, caso ela decida dobrar a concentração de etanol no vinho, de 8% para 16%, será possível obter um excedente de 53.800 toneladas de bagaço”, afirma o diretor científico da Fermentec.

O engenheiro de processos da Fermentec, Guilherme Marengo Ferreira, destaca, ainda, outros benefícios decorrentes da tecnologia, como o aumento do rendimento fermentativo; menor quantidade de centrífugas utilizadas (devido ao menor volume de vinho processado para a mesma produção, fazendo com que haja, também, economia de energia) e ganhos de produtividade (pois será possível produzir mais álcool por m³ de dorna). “Além disso, a fermentação será mais fácil de ser controlada. Dessa forma, é possível reduzir, também, os custos operacionais e de manutenção dos instrumentos.”

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