Biogás da vinhaça é uma das alternativas para que pequenas unidades se mantenham no setor
27-08-2015

A previsão de moagem para esta safra da Malosso Bioenergia, localizada em Itápolis, SP, é de 800 mil toneladas de cana, que seguem para a produz de etanol anidro e hidratado. A Irmãos Malosso se apresenta como um raro exemplo de uma unidade considerada pequena, mas que se mantém viva em um segmento onde ter escala de produção é fator preponderante para a continuidade no negócio. Muitos afirmam que unidades que moem menos de dois milhões de toneladas estão com os dias contados.

Mas a Malosso não quer fazer parte desta estatística e busca alternativas não só para sobreviver, mas também para ter um alívio no caixa da empresa. Por isso, segundo Luiz Roberto Zanardi, gerente da unidade, foi muito bem-vinda a proposta da GasBrasiliano e do Consórcio de Investidores CSO, de implementar na Malosso um projeto de produção de gás natural renovável tendo como matéria-prima a vinhaça – subproduto do etanol, cada litro de álcool produzido gera em torno de 13 litros de vinhaça. “Estamos a apenas 10 quilômetros de distância do canal de gás da GasBrasiliano, o que facilitou essa parceria. Vamos gerar o gás e ainda teremos vinhaça mais concentrada para realizarmos a fertirrigação”, disse Zanardi.

A parceria viabilizará um projeto inédito no País para a produção e a comercialização do biometano, na rede de gás natural da subsidiária da Petrobrás. Serão investidos R$ 16 milhões na construção da planta para a produção de biometano na Malosso. Esse valor não será disponibilizado pela empresa, ela entrará com a área para a instalação e a matéria-prima. O projeto terá capacidade de produzir anualmente 5 milhões de metros cúbicos de biometano por meio da purificação do biogás gerado a partir da vinhaça e será comercializado juntamente com o gás importado da Bolívia. Toda a oferta será comercializada pela GasBrasiliano, concessionária de gás em 375 municípios nas regiões central, norte, nordeste e oeste de São Paulo.

Walter Fernando Piazza Júnior, diretor-presidente da GasBrasiliano, disse que a usina não tem compromisso de entrega, “apenas nós temos o compromisso de comprar todo o excedente dela. Ou seja, não há risco de demanda." A unidade deve iniciar o fornecimento do biometano à rede de distribuição da GasBrasiliano entre o final de 2016 e o começo de 2017. O insumo será destinado para consumidores de Itápolis e Catanduva.

O protocolo que viabiliza a distribuição de gás biometano, produzido por meio da vinhaça foi assinado na tarde de ontem na Fenasucro & Agrocana, feira realizada em Sertãozinho, SP, e que termina amanhã.

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