Brasil – líder mundial na produção de cana e tecnologia sucroenergética
19-01-2015

Não apenas quanto ao etanol, mas é correto dizer que o ProÁlcool foi um divisor de águas para a agroindústria da cana-de-açúcar. A partir de sua instituição, em 1975, a cana deixou de ser de açúcar e o Brasil passou a trilhar o caminho da liderança tecnológica no setor de biocombustível. Com o seu lançamento, o país se firmou como a maior potência mundial na produção da cultura. Pesquisa realizada pela Datagro Consultoria aponta que a produção anual de cana no Brasil, que era de 57 milhões de toneladas até 1969, a partir da década de 1970 alcançou a casa das 300 milhões de toneladas. O novo grande salto de produção aconteceu em 2003. Com o lançamento dos motores flex, o Brasil ultrapassou as 600 milhões de toneladas de cana por safra.
Levantamento da Conab, de dezembro de 2014, aponta que o volume de cana-de-açúcar processado no Brasil será de 642 milhões de toneladas na safra 2014/2015. O segundo maior produtor mundial de cana é a Índia, com produção em torno de 360 milhões de toneladas. Atualmente, o Brasil responde por um terço da produção mundial de cana-de-açúcar, 20% da produção e 40% das exportações mundiais de açúcar, e 30% da produção e 60% das exportações mundiais de etanol.
Segundo a Unica, o setor gera quase 1 milhão de empregos diretos em 25 estados brasileiros e a cadeia sucroenergética reúne cerca de 70 mil fornecedores de cana. Na safra 2014/15, 366 unidades funcionaram no País e outras 76 tiveram as operações paralisadas (em decorrência da crise no setor iniciada em 2007),
O etanol já representa mais da metade do consumo nacional de combustíveis para automóveis leves e a biomassa da cana responde por cerca de 3,5% da produção de eletricidade, com potencial de chegar a 15% da matriz elétrica brasileira até 2020. Em 2014, a bioeletricidade a partir do bagaço já pode ter atingido 4% da matriz, por conta do mercado aquecido de energia no curto prazo verificado no ano, o qual foi aproveitado por usinas que tinham disponibilidade de oferta.
Hoje, a nação detém as melhores técnicas para o plantio e colheita da cana-de-açúcar. Com o uso de novas variedades da planta e a aplicação de tecnologias modernas de manejo, a média nacional de produtividade por hectare passou de 47 toneladas em 1975, chegando a 85 toneladas atualmente (desconsiderando os anos de condições climáticas negativas).
Na indústria, o desempenho dos índices também melhorou. Avanços tecnológicos na usina permitem extrair 85 litros de etanol de cada tonelada de cana limpa (sem palha), enquanto em 1975 eram produzidos 45 litros por tonelada.
Esse expressivo ganho de produtividade nas etapas agrícola e industrial fez com que hoje se produza mais de 7,5 mil litros de etanol por hectare de cana colhida, contra três mil em 1975. Porém, com as novas tecnologias que estão em desenvolvimento, pode se chegar a 14 mil litros de etanol por hectare. Isto significa que se passou a tirar muito mais produto de um hectare de cana. Além disso, os açúcares totais recuperáveis (ATR) passaram de cerca de 109 kg/ton cana na safra 1974/75 para 144 kg/ton cana na safra de 2004/05 e 133 kg/ton na safra 2013/2014.
Cem por cento da tecnologia sucroenergética é desenvolvida e produzida no Brasil. São mais de 1 mil indústrias produtoras e prestadoras de serviço para o setor. Em cidades como Piracicaba e Sertãozinho, no interior paulista, pode-se adquirir uma usina inteira.
Neste ano, o ProÁlcool completa 40 anos, e a CanaOnline prepara um projeto especial para registrar esse fato histórico sobre o maior programa de combustível renovável do mundo. Não perca! – www.canaonline.com.br