Brasil tem uma Suécia inteira para ampliar produção do agro
23-02-2023

O agronegócio brasileiro, que deverá colher 310,9 milhões de toneladas de grãos na safra 2022/2023, cujas exportações foram de US$ 159,09 bilhões em 2022, com alta de 32% em relação ao ano anterior, que é um dos maiores fabricantes de biocombustíveis e detentor do maior rebanho bovino do planeta, tem imensa capacidade de continuar avançando.

Por João Guilherme Sabino Ometto*

Para isso, além do aumento da produtividade nos últimos anos, poderá contar com 40 milhões de hectares de pastos degradados que o governo intenciona recuperar.

Área é equivalente à da Suécia, cujo território é um dos maiores da Europa, e seria o 56º maior país do mundo. A regeneração das terras, que exigirá apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária, pode ser feita, segundo a Embrapa, por três tipos de processos. O primeiro é a recuperação direta, que consiste no controle de plantas daninhas com herbicidas e fertilização do solo com adubos. Este é o mais barato.

O segundo é a renovação, com fertilização e replantio, com mudança ou não da espécie vegetal. Tal alternativa pode ter custo até três vezes maior do que a anterior. O terceiro consiste no rodízio entre a criação de gado e o plantio agrícola e/ou florestal. Esta opção pode implicar investimento até cinco vezes superior, exigindo mecanização, preparo do solo e novas semeaduras, mas propicia mais renda aos produtores.

Fica claro que a expansão sustentável das áreas produtivas é viável. Porém, deve ser coerente e sinérgica com o conjunto de políticas para o setor, que se mostram bem-sucedidas neste século, tendo sido corroboradas nos planos contidos no documento do Gabinete de Transição do atual governo, dentre os quais enfatizo: aporte de recursos para o Plano Safra e o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); assistência técnica e extensão rural; transferência de tecnologia para a agropecuária; o avanço do cadastro ambiental rural; e a modernização da Embrapa, incluindo a readequação orçamentária da instituição, cujo conhecimento e fomento tecnológico são fundamentais.

Com políticas públicas eficazes, segurança jurídica no campo e o devido apoio ao setor, a agropecuária brasileira tem tudo para continuar quebrando recordes e contribuindo para a melhoria ambiental, bem como para o crescimento sustentado de nossa economia.

*João Guilherme Sabino Ometto é engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), empresário e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).

Ricardo Viveiros ﹠ Associados — Oficina de Comunicação