Brutos só na força!
25-04-2018
A introdução de inovações tecnológicas nos caminhões off-road permite melhor desempenho, dirigibilidade, conforto e segurança
Leonardo Ruiz
Na época do lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em 1975, os caminhões fora de estrada (off-road) eram bem diferentes dos atuais. Barulhentos, duros e com baixa potência. O conforto, definitivamente, não estava entre as prioridades das montadoras. As cabines eram apertadas, a direção não possuía assistência hidráulica e, se o motorista quisesse um ventinho no rosto, tinha antes que suar a camisa para girar as manivelas que abaixavam os vidros das portas.
Hoje, 43 anos após o lançamento do programa que contribuiu para impulsionar a produção de bioenergia no país, o cenário é outro. A chegada de novas montadoras ao país, o incremento de tecnologias e a visão de que conforto se traduz em aumento de eficiência elevaram o transporte off-road a um novo patamar. Dentro das cabines, o nível de conforto do operador e dos aparatos tecnológicos se equipara facilmente ao de luxuosos carros de passeio importados diariamente pelos consumidores brasileiros.
Para o diretor da Sigma Serviços Automotivos, Luiz Nitsch, o surgimento das caixas de marchas automatizadas nos caminhões off-road pode ser considerado como uma das grandes evoluções do segmento. Segundo ele, apesar de continuarem sendo agregados totalmente mecânicos, elas incorporam sistemas servo-pneumáticos, controlados por eletro-válvulas, gerenciados por um processador eletrônico, os quais executam todas as ações de mudanças de marchas, trazendo significativo conforto ao motorista, já que sua carga mental e muscular desaparece por completo. “O processador eletrônico fará todas as seleções de marchas, na hora certa, tanto na progressão como na regressão de velocidades do veículo, mantendo o motor na sua faixa mais econômica de operação, ou seja, dentro do regime de torque máximo dele.”
Outro avanço destacado pelo consultor é o gerenciamento eletrônico do sistema de injeção de combustível, que permitiu uma redução significativa das emissões de materiais particulados gerados pela queima de combustíveis de origem petrolífera, atendendo a normas governamentais de controle da poluição ambiental.
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