Cadeia da cana se retrai e faz PIB do agronegócio paulista diminuir 3,8%
24-04-2018

O estado de São Paulo tem um agronegócio muito diversificado, mas um produto é preponderante para a economia agrícola da região: a cana.

Quando o produto vai bem, a cadeia do agronegócio sente os efeitos positivos. Um revés da cana, porém, afeta todo o PIB (Produto Interno Bruto) agropecuário do estado.

Foi o que aconteceu no ano passado, segundo Antonio Carlos Costa, gerente de agronegócio do Deagro (Departamento do Agronegócio) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A produção de cana-de-açúcar caiu 6,2%, a área foi reduzida em 4,6% e a produtividade recuou 1,7%. Foi o suficiente para auxiliar na queda de 3,8% do PIB total do agronegócio paulista, que ficou em R$ 268 bilhões em 2017, conforme dados da Fiesp e do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).


A laranja, outro produto importante no estado, foi bem, com crescimento de 14% da produção, mas não o suficiente para impedir essa queda.

O PIB agropecuário somou R$ 29,5 bilhões, com recuo de 4,6% em relação ao de 2016. Desse valor, 77% vêm da agricultura, e 23%, da pecuária.

No setor de proteínas, a produção cresceu, mas houve retração nos preços, devido às operações da Polícia Federal no setor e à queda de poder aquisitivo dos consumidores.

A agroindústria, que representa 41% do PIB do agronegócio paulista, caiu 3,7%, para R$ 109 bilhões. A maior queda neste setor, de 3,8%, ficou para a agricultura, que tem participação de 88% nesse valor.

Mais uma vez, a cadeia de cana foi decisiva para a queda da agroindústria: o etanol caiu 17%, e o açúcar, 12%.

Os insumos tiveram desaceleração de 4,6%, a maior queda entre os setores do PIB. Nos cálculos da Fiesp, o setor somou R$ 14,8 bilhões.

O PIB de serviços, o de maior participação no agronegócio e espalhado por todo o estado, caiu 3,6%, para R$ 114,5 bilhões, segundo Costa.

*Texto publicado na coluna Vaivém das Commodities.

Mauro Zafalon