Camex adia votação de taxa sobre etanol
05-05-2017

A votação da Câmara de Comércio Exterior (Camex) sobre a volta da taxação do etanol importado foi adiada para junho. Diante da decisão, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool (Sindaçúcar-PE), junto com os produtores nordestinos que integram o Comitê Regional de Produção de Etanol, reiterou o pleito de recomposição da tarifa.

"A Fazenda e a Casa Civil acharam conveniente estudar melhor o assunto. Achamos lamentável essa postura, porque eles já vêm estudando a questão e sabem da nossa necessidade", criticou o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha. "Teremos mais um mês enfrentando dificuldades com a importação desse etanol. A Fazenda não tem tido preocupação com os empregos no Brasil", disse.

Ele explicou que tem sido uma tarefa árdua para o produtor manter os negócios diante da concorrência desleal com o etanol de milho importado dos Estados Unidos. O produto teve a tarifa zerada em 2013, estimulando a importação, cujo maior destino é o Nordeste. Os produtores da região defendem a volta da tarifa original de 20%, mas diante da oposição dos produtores do Sul e Sudeste, que defendiam uma taxa de 16%, o Ministério da Agricultura emitiu nota técnica sugerindo taxação de 17%. "A decisão da Fazenda está desacreditanto essa nota técnica da Agricultura enviada à Camex", apontou.

Para Cunha, as operações de importação visam tão somente ganhos dos importadores, geralmente as distribuidoras. A volta da tarifa é aguardada como forma de proteger a produção nacional e empregos. Segundo o Sindaçúcar, a produção de açúcar e etanol no Nordeste gera mais de quatro empregos por mil toneladas de cana.