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Canavicultor alagoano cria plantadora que consome de 3,5 a 4,5 ton/cana/ha

O setor sucroenergético conta com seus “professores-pardais”, profissionais apaixonados pela agricultura, pela cana-de-açúcar e que se empenham no desenvolvimento de soluções para a sustentabilidade da cultura canavieira.

Esse é o caso de Edilson Maia, precursor do plantio mecanizado em Alagoas. Em sua propriedade, localizada em São Miguel do Campos/AL, utiliza uma plantadora própria, desenvolvida para sanar parte dos problemas da operação, sendo o principal deles os custos exorbitantes decorrentes da implantação de um novo canavial. “Muitos estão retornando ao manual porque os custos se tornaram inviáveis. Hoje, o dinheiro gasto em um novo plantio chega a ser maior que o retorno obtido após a colheita da cana-planta. Dessa forma, resolvi desenvolver essa máquina pensando em obter um retorno do capital investido já no primeiro ano.”

Apelidada de PBDG (Plantio com Baixa Densidade de Gema), a plantadora utiliza de 3,5 a 4,5 toneladas de cana por hectare. Em comparação, uma plantadora convencional pode chegar a consumir de 18 a 22 ton/ha. “Nossa máquina tem um mecanismo de distribuição contínua em tambores, onde são colocados os toletes de forma manual pelos operadores. Dessa forma, a cana vai caindo simetricamente ao longo dos sulcos. É como um plantio de grãos, não tem como cair mais ou menos que o planejado.”

Maia explica que a plantadora realiza seis ações simultâneas, são elas: fazer sulcos, colocar adubo, semear a cana, aplicar cupinicida, cobrir e compactar o solo para melhorar a germinação). “Isso também traz um ganho na parte hídrica, já que ela abre e fecha o solo em fração de segundos e evita perda de umidade. É como se ganhasse uma lâmina d’água no plantio.”

Destinada ao plantio de verão, a PBDG consegue operar durante 24 horas (inclusive no período noturno), entregando assim um rendimento de seis hectares por dia. Juntas, essas características permitem uma redução do custo do plantio em até 60% quando comparado a operação mecanizada convencional.

Atualmente, 100% do plantio na propriedade de Edilson Maia é realizado com a PBDG, plantadora que já deixou o município de São Miguel do Campos e vem aos poucos ganhando o mundo. Além de estar em operação em diversos estados brasileiros, algumas unidades foram recentemente comercializadas para a Guatemala.