Carro elétrico? Não no Brasil

04-12-2017

Verde mesmo é o carro movido a etanol

Uma das maiores ameaças ao etanol brasileiro é o carro elétrico, que está cada vez mais ganhando força no mercado europeu. Para o professor da faculdade de engenharia mecânica, departamento de energia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Waldyr Gallo, o Brasil deve ter maturidade suficiente para fazer as melhores opções. “O veículo elétrico, para o europeu, integra um movimento estratégico voltado à segurança energética: a Europa não quer ficar refém de países produtores de petróleo. Ou seja, o movimento no sentido da adoção do veículo elétrico não parece ser puramente voltado à questão ambiental.”

Segundo Gallo, o mesmo caminho de segurança energética parece ser trilhado pela China e Japão, que também não têm petróleo. Em relação aos Estados Unidos, não há um caminho estratégico claro no longo prazo. “Todo esse panorama internacional começa a ameaçar a prevalência dos biocombustíveis no Brasil.”

O professor alerta que, se o motivo da adoção de um carro elétrico é puramente para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, o Brasil já tem uma solução pronta: o carro flex abastecido com etanol. “Basta ter produto suficiente e preço competitivo.”

Ele salienta que o carro elétrico só pode ser considerado “verde” se a energia que o abastece for proveniente de uma fonte alternativa, como a biomassa, eólica e solar. Se for gás, carvão ou petróleo, o carro elétrico é sujo. “Verde mesmo é o carro movido a etanol.”

Felizmente, o Brasil parece estar no caminho certo e, por enquanto, não planeja qualquer ação consistente pelo veículo elétrico. O Rota 2030, conjunto de regras que está em formulação e vai guiar a indústria automotiva a partir de 2018, não deve trazer nenhuma novidade nessa área.

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