Cenário positivo para energia renovável aquece a opção de uso de eucalipto na entressafra de cana
23-09-2016

Poucos seriam os investimentos necessários para a usina processar o eucalipto

A baixa remuneração da energia da biomassa esfriou a prática de unidades sucroenergéticas gerarem energia na entressafra utilizando outras matérias-primas além do bagaço de cana. Mas o cenário futuro é promissor, além da expectativa de o país voltar a crescer e, com isso, aumentar o consumo de energia, o Brasil, por meio do Acordo do Clima de Paris, se compromete a elevar o uso de energias renováveis de 10% para 23% na geração de energia elétrica até 2030.

Assim, gerar maior quantidade de energia e o ano todo volta a atrair as atenções do setor. No 10º. Congresso Nacional da STAB, realizado de 20 a 22 de setembro em Ribeirão Preto, SP, Aristides Bobroff-Maluf, professor da Escola de Engenharia de Piracicaba, falou sobre o uso do eucalipto na entressafra da cana-de-açúcar, destinado à produção de energia.

Segundo ele, poucos seriam os investimentos necessários para a usina processar o eucalipto. Inclusive equipamentos como caldeira e turbina seriam os mesmos.
O eucalipto usado como matéria-prima pode ser de produção própria ou de fornecedores.

O cultivo do eucalipto por unidades sucroenergéticas já é uma realidade para várias empresas, principalmente na região Nordeste, em decorrência das áreas declivosas que impedem a entrada de colhedoras de cana.
Estudos indicam que até 2018 o cultivo florestal ocupe uma área antes dedicada à cana de 20 mil hectares em Pernambuco e Alagoas, principais regiões canavieiras do Nordeste.

Cerca de metade da atual área de cana desses dois Estados tem alguma limitação para permanência da cultura. Juntos, eles somam 800 mil hectares de canaviais, dos quais ao menos 390 mil hectares estão em regiões acidentadas, o que torna difícil implementar a mecanização. Nessa condição, a colheita de cana nessas áreas demanda um contingente alto de pessoas no corte, cerca de seis trabalhadores por mil toneladas colhidas, ante o índice inferior a duas pessoas do corte mecanizado.

Entre as unidades que desenvolvem cultivo de eucalipto está a Usina Petribu, em Pernambuco, que já plantou 2 mil hectares em terras próprias e outros mil hectares em área de fornecedores. O objetivo da empresa é cultivar 18 mil hectares em seis anos.

O foco, conforme o presidente do grupo, Jorge Petribu, é usar o eucalipto como matéria-prima para ampliar a produção de eletricidade. A estimativa da empresa é de, até 2021, ter uma produção anual de 400 mil toneladas de madeira picada com as quais serão geradas 400 megawatts (MW)/hora/ano. O grupo já detém uma planta de cogeração com capacidade de 69 MW e na qual usa o bagaço da cana como matéria-prima.
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