Centro-Sul investirá no biocombustível
16-02-2018

As usinas do Centro-Sul do Brasil devem maximizar a produção de etanol na safra 2018/19, que se inicia em abril, acarretando em queda de até 5 milhões de toneladas na oferta de açúcar pela região, avaliou nesta sexta-feira o presidente do segundo maior processador de cana do mundo.

O etanol vem se mostrando atrativo para as empresas do segmento desde meados do ano passado, na esteira de altas tributárias maiores para a gasolina, seu concorrente direto, e de uma nova política de formação de preços da Petrobras, que contribuiu para as cotações do derivado de petróleo registrarem sucessivos recordes nominais nos postos.

“As condições atuais do mercado indicam que a safra de cana 2018/19 no Centro-Sul do Brasil será alcooleira ao máximo. Na busca por rentabilidade, as usinas devem produzir o máximo que puderem de etanol”, afirmou à reportagem Rui Chammas, presidente da Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Company (LDC).

Para ele, as “condições” que justificam esse cenário são “o preço de energia mundial, no caso o petróleo, e a demanda robusta por combustíveis no Brasil”.

Com efeito, as referências internacionais do petróleo se fortaleceram após um acordo liderado pela Opep e aliados para cortar a oferta excedente da commodity. Já a demanda por combustíveis no Brasil vem se mostrando mais forte graças à recuperação econômica do País.

O executivo, entretanto, não inclui nessa perspectiva a nova Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio, destacando que o programa ainda precisa ser plenamente regulamentado para ter um efeito mais incisivo sobre a demanda por etanol.

“O RenovaBio é fantástico, mas ainda não o incluo. Precisa ser regulamentado, saber como os CBios (créditos de descarbonização) serão negociados”. Sancionada no fim de 2017, a lei do RenovaBio deve ter sua regulamentação apresentada até junho.