Chuva nos próximos dias pode aliviar os prejuízos da seca em Campos
28-10-2015

Os produtores rurais de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, estão sofrendo com a seca. E a chuva que caiu este ano, embora tenha aliviada a situação, ainda não foi o bastante para que os profissionais se recuperassem dos prejuízos. A previsão do tempo, segundo a Defesa Civil é que chova mil milímetros entre esta terça-feira (27) e o próximo dia 4 de novembro.
A estimativa do Sindicato Rural de Campos é que o prejuízo dos cerca de mil produtores já tenha alcançado os R$ 300 milhões neste ano. Os profissionais estão sofrendo com a falta de produção de leite, falta de pasto, e com a transferência dos bezerros para outras regiões do país, por preço bem abaixo do mercado, para não perder os animais.
A atividade que sempre gerou renda para o pecuarista Niderval de Jesus Nogueira, atualmente está provocando um prejuízo de R$ 40 mil, resultado da morte de 15 cabeças de gado, e do alto investimento em ração para os animais. O valor chega a R$ 100 mil por mês. A stuação poderia ser diferente se a previsão de chuva para outubro se concretizasse.
“Deu uma chuva aqui em um 60 dias, chuva boa, aí ficamos animados, mas veio o vento e ressecou tudo de novo, voltou tudo ao normal, como era antes”, disse o pecuarista.
O Rio Paraíba do Sul que encaminha as água para os canais da Baixada Campista está dois metros abaixo do esperado para o período. Em 2014 o setor da pecuária teve um prejuízo de R$ 200 milhões, segundo a Emater.
"Graças a Deus há uma previsão de chuva também nas cabeceiras do Rio em São Paulo, o que vai facilitar de sobre maneira a recuperação do Paraíba. Lá há previsões de chuvas bem mais fortes do que aqui em Campos e a gente espera que chova durante toda essa semana o que vem sendo previsto para que alivie um pouco o sufoco de que todo o Estado do Rio e São Paulo vem passando", disse Henrique Oliveira, secretário da Defesa Civil.
Em uma propriedade de Baixa Grande, o dono investiu em uma ração feita de cana-de-açúcar e na irrigação do pasto para conseguir se manter na atividade.
“O gasto é alto, o investimento é alto, mas é uma coisa necessária se não a gente não tem condição de sobreviver com a atividade que a gente exerce que é atividade da pecuária leiteira. Nós não tivemos condição de alimentar todos os animais, tivemos que descartar animais por que a cana que a gente tem ficou insuficiente em virtude da seca e e a alternativa que a gente teve foi realmente desfazer de animais do plantel da propriedade”, relatou Jorge Luiz de Souza.
A Superintendência de Agricultura informou que a situação na agropecuária no município é muito complicada. O setor informou que a pouca chuva que caiu no município no mês passado, não foi suficiente para ajudar os produtores, já que foram seguidos de dias de muito calor.
“A grande dificuldade é superar a pior seca da história, que vem se acumulando no último ano e esse ano ela bateu o recorde de ter chovido tão pouco como nunca choveu nos registros anteriores. […] Existe uma expectativa que volte a chover a qualquer momento, estamos torcendo por isso e principalmente acreditando que esse verão será um verão bem melhor para nós. ”, afirmou o superintendente