Com preço nas alturas, consumo do etanol cai ao menor nível em dez anos
16-11-2017

Osvaldo Júnior

Com poucos centavos abaixo do custo da gasolina, o preço do etanol não está nada atrativo a proprietários de veículos flex. O encarecimento derrubou o consumo do produto para o menor nível em dez anos. De janeiro a outubro, foram vendidos 61,62 milhões de litros do etanol em

Mato Grosso do Sul, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Esse volume é o menor desde 2007. Nesse período, o derivado da cana subiu o dobro da gasolina.

Os postos de Mato Grosso do Sul vendem o etanol pelo preço médio de R$ 3,044, o que equivale a 80,5% do valor médio da gasolina (R$ 3,781). O biocombustível só é economicamente vantajoso quando custa menos de 70% do preço do derivado de petróleo. O cálculo é simples: basta dividir o valor do etanol pelo da gasolina; se o resultado for maior que 0,7, é melhor abastecer com gasolina.

A aproximação entre os preços dos dois combustíveis decorre de alta do etanol muito acima ao da gasolina. De 2007 (quando venda acumulada de janeiro a outubro do derivado da cana já superava a de igual período deste ano) a hoje, o valor do etanol disparou 81,94%, passando de R$ 1,673 para R$ 3,044. Essa variação é o dobro da apresentada pela gasolina no mesmo comparativo: 39%, de R$ 2,72 para R$ 3,781.

Em novembro de 2007, a paridade entre os dois combustíveis era de 61,5%. Ou seja, abastecer com derivado de cana era economicamente viável, situação diversa da atual.

Consumo – A trajetória de consumo do etanol é inversamente proporcional ao da inflação do produto. Ainda conforme a ANP, os postos de Mato Grosso do Sul comercializaram 61,62 milhões de litros do combustível, 31,47% a menos que o volume vendido de janeiro a outubro do ano passado.

De acordo com a série histórica da ANP, esse volume só supera a de igual período de 2006, quando foram comercializados, no Estado, 45,56 milhões de litros de etanol.

Já a gasolina apresenta alta – não muito expressiva – nas vendas. O incremento foi de 5,54%, de 542,48 milhões de litros de janeiro a outubro de 2016 para 572,56 milhões de litros no acumulado dos mesmos meses deste ano.