Com seca, Cosan reduz estimativa de moagem da Raízen em 2018/19
10-08-2018

O tempo seco favoreceu a moagem de cana da Raízen Energia, joint venture entre Cosan e Shell, no primeiro trimestre da safra atual (2018/19), mas estreitou o horizonte para a moagem total desta temporada.

Em detalhes de seu balanço, a Cosan revisou para baixo a estimativa para a moagem total de cana da Raízen Energia nesta safra, argumentando que o clima seco “afetou a produtividade agrícola em algumas regiões”.

A estimativa da Cosan agora é de que serão processadas entre 60 milhões e 63 milhões de toneladas de cana em suas usinas. Anteriormente, a projeção era de uma moagem entre 62 milhões e 66 milhões de toneladas de cana. Na safra passada, a 2017/18, a Raízen Energia moeu 61,217 milhões de toneladas de cana.

Por outro lado, o tempo bem mais seco que o normal acelerou a moagem de cana no primeiro trimestre desta safra nas usinas da Raízen Energia. A companhia esmagou 22,3 milhões de toneladas de cana no período, crescimento de 16% na comparação anual.

Além disso, com a alta concentração de sacarose nas plantas decorrente da falta de chuvas, a produção de açúcar aumentou 24%, para 2,7 milhões de toneladas. O maior teor de sacarose (ATR) compensou a redução do “mix” açucareiro, de 48% no período, ante 57% no mesmo trimestre da safra passada.

Apesar da redução da previsão para a moagem total, a Cosan não alterou suas projeções para a produção de açúcar, etanol e energia, nem para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

Para a fabricação de açúcar, a estimativa foi mantida para no mínimo 4,2 milhões de toneladas e, no máximo, 4,6 milhões de toneladas. Para o etanol, a projeção de produção foi mantida em 2,3 bilhões a 2,6 bilhões de litros.

A Cosan informou ainda que a Raízen encerrou o primeiro trimestre de safra com 1,591 milhão de toneladas de açúcar precificadas para venda no atual ciclo a um preço médio de 14 centavos de dólar a libra-peso, superior aos atuais patamares do mercado. O contrato para entrega em outubro na bolsa de Nova York fechou ontem a 10,81 centavos de dólar a libra-peso. Já para a próxima safra (a 2019/20), haviam sido precificadas apenas 338,2 mil toneladas, mas a um preço médio também maior, de 14,4 centavos de dólar a libra-peso.