Como colher a cana do futuro?
15-05-2015

Toda vez que fotos mostrando cana que chega a 6 metros de altura, com potencial de 370 toneladas por hectare, ou então os clones de cana-energia com cerca de 25% a mais de fibra, as pessoas perguntam: Como colher esta cana?

Perguntamos a Marco Rípoli, gerente de marketing Estratégico para a América Latina da John Deere, se a empresa, atual líder no mercado de colhedoras de cana, tem se preparado para a colheita da cana do futuro.

Ripoli salientou que estão atentos, porém, lembrou que essas canas estão em um jardim varietal, sob as condições ideais para seu total desenvolvimento, recebem irrigação, por isso, chegam a altura de seis metros ( precisando ser tutoradas para crescer sem tombar) e produtividade superior a 300 toneladas por hectare. Mas quando vão para o campo, sob condições normais de cultivo, o desempenho é em torno de 120 toneladas por hectare. O que para Rípoli já é um excelente desempenho, no entanto, essas novas variedades de alto potencial produtivo ainda respondem por uma faixa muito pequena dos canaviais brasileiros. “O setor é conservador, demora para adotar novas variedades”, disse.

Entre as novas variedades alto potencial biológico estão as: IACSP91-1099, IACSP93-3046, IACSP94-2094 e IACSP95-5000, lançadas em 2007 e que são as estrelas nas fotos da cana gigante que correm o mundo on-line. De acordo com Marcos Guimarães de Andrade Landell, diretor do Centro de Cana do IAC, asseguram o ganho de produtividade de 1,5% ao ano, índice que o segmento vem conquistando há mais de três décadas. Segundo o pesquisador, é possível obter aumentos de 10% a 30%, se os produtores souberem explorar bem o perfil desses materiais, associando-os ao ambiente de produção adequado.

Dentre essas variedades, a IAC91-1099 e a IACSP95-5000 são as que mais se destacam pela elevada produtividade e concentração de sacarose. Comparadas a materiais bastante cultivados comercialmente, a produtividade da IACSP95-5000 foi superior em 17,7% e a da IAC91-1099 em 11%. Esses valores correspondem uma variação na produção de 120 a 90 toneladas/hectare e de 140 a 95 toneladas/hectare, respectivamente.

VAI TEMPO

Em relação a cana-energia ou cana biomassa que as entidades de pesquisa estão desenvolvendo - o IAC tem a expectativa de lançar em 2017 -, Ripoli voltou a salientar o longo tempo que envolve: pesquisa, lançamento de variedade, adoção da nova variedade pelo setor e volume dessa nova cana que demande uma colhedora adaptada para colhe-la.

Pelo jeito, as empresas de máquinas ainda terão um bom tempo para criar a colhedora da cana do futuro. Porém, a quem diga que o tempo no setor começa a ficar menor, e a introdução do sistema de muda pré-brotada vai agilizar a renovação do plantel varietal do setor. Será?
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