Controle de Sphenophorus levis deve ser feito o ano todo e com variedade de procedimentos
25-09-2017

Com o aumento das infestações em 2017, produtores e usinas devem ficar atentos e entrar com métodos de controle o mais rápido possível

Leonardo Ruiz e Luciana Paiva

Foto abre – Áreas com mais de 30% de tocos atacados devem ir para a reforma imediatamente. Para isso, o ideal é utilizar um eliminador mecânico de soqueiras
Foto: Arquivo CanaOnline

“Um ano para ficar atento e correr atrás do controle de pragas.” Foi assim que o engenheiro agrônomo de desenvolvimento de mercado da BASF, Daniel Medeiros, caracterizou 2017, um ano em que as condições climáticas atípicas, como um outono quente e chuvoso, aceleraram o ciclo de muitas pragas, dentre elas, o Sphenophoruslevis, inseto que está abalando os canaviais da região Centro-Sul, principalmente em São Paulo, provocando perdas de aproximadamente 30 toneladas por hectare ou a renovação precoce do canavial, em muitos casos no segundo corte.

Medeiros explica que esta praga pode ter até seis gerações por ano, com ciclos que variam de 40 a 60 dias. Durante o inverno, este ciclo estica, enquanto que, no verão, ele encurta. “Como tivemos uma condição de verão no outono, o ciclo acabou encurtado, implicando em mais gerações num mesmo ano.”

E, se com seis gerações ao longo de 12 meses o Sphenophoruslevis já causa um estrago bastante significativo, imagine com um número ainda maior. “É melhor ficar atento, pois a possibilidade das infestações fugirem ao controle do produtor ficou muito maior.”

Um dos maiores especialistas em pragas da cana do Brasil, o diretor da Global Cana Soluções Entomológicas, José Francisco Garcia, afirma que explosões populacionais se tornaram frequentes em 2017, inclusive em canaviais até então livres da praga. Infestações que pularam de 3% de tocos atacados para 25% e áreas de segundo corte produzindo 40 toneladas por hectare foram algumas das situações encontradas pelo consultor até o momento. Mas o clima não é o único culpado. Os próprios profissionais do setor não estariam seguindo à risca o manejo correto da praga.

Para ele, um dos principais problemas é a falta de monitoramento. Hoje, se desconhece onde estão as infestações. “É comum fazer viveiros em cima de áreas infestadas e levar essas mudas para locais limpos. Ninguém também se preocupa em lavar as colhedoras e outras máquinas antes de mudá-las de zonas de colheita. Isso tudo implica em novas infestações.”

Garcia ressalta que apenas atitudes drásticas conseguirão contornar o cenário atual da praga no Centro-Sul. “Plantar cana sobre cana, apenas dessecando e aplicando inseticida no sulco de plantio é uma prática que não vai funcionar, pois precisamos aliar uma série de procedimentos para obter resultados favoráveis e não apenas um único método. Quem já apostou nesse trabalho, tem tido sucesso e vem conseguindo conviver com a praga.”

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