Controle deficitário eleva infestações de broca-da-cana pelo país
25-11-2020

Explosões populacionais se tornaram frequentes em 2020. Foto: Fábio Carvalho
Explosões populacionais se tornaram frequentes em 2020. Foto: Fábio Carvalho

Na hora de optar pelo inseticida, produtor deve rotacionar ativos para não criar populações resistentes

Leonardo Ruiz

O não emprego de tecnologias para o controle de broca-da-cana (Diatraea saccharalis) tem elevado os índices de infestação da praga em diversas regiões produtores pelo país. É o que afirma o consultor da CanaTech, Michel Fernandes. O especialista em cana-de-açúcar conta que tem rodado o Brasil nos últimos meses e encontrado áreas cujos níveis de broca estão bastante altos, chegando a quase 8% de Índice de Infestação Final (IIF).

Michel observa que as regiões paulistas de Ribeirão Preto, Igarapava e São Joaquim da Barra estão em situação complicada. “Se levarmos em consideração que a perda de produtividade agrícola varia de 0,8 a 1,2 toneladas por hectare para cada 1% de IIF em variedades mais novas, podemos afirmar que os prejuízos em produção e rentabilidade ao longo da safra nessas localidades serão consideráveis.”

Perda de produtividade agrícola varia de 0,8 a 1,2 toneladas por hectare para cada 1% de IIF em variedades mais novas

Foto: Michel Fernandes

Por outro lado, existem também aqueles produtores e usinas que estão fazendo a lição de casa. Segundo o consultor, algumas regiões de Goiás e do Triângulo Mineiro – conhecidas por serem altamente tecnificadas – estão conseguindo alcançar bons níveis de controle da praga, com algumas delas chegando a registrar IIF de apenas 0,5%. “Além de empregarem alta tecnologia, esse pessoal tem acertado o timing de aplicação, o que também é extremamente importante. Já encontrei fornecedores que, mesmo sem grandes investimentos, conseguem conviver com a praga apenas acertando a época de entrada dos inseticidas.”

Com relação aos defensivos disponíveis no mercado, Michel relata que os mais utilizados são as diamidas, com destaque para o chlorantraniliprole e o Flubendiamida. No entanto, ele ressalta a importância de rotacionar os ativos, a fim de não criar resistência nas populações. “Caso o mesmo inseticida seja aplicado continuamente, os insetos-praga começarão gradativamente a se tornar resistentes, até chegar o momento que o número de resistentes suplantará o de suscetíveis. Ao aplicar o inseticida de sempre, não haverá controle.”

Recentemente, a Corteva Agriscience, companhia formada a partir das heranças da Dow, DuPont e Pioneer, lançou no mercado nacional um novo inseticida para a broca-da-cana. O Revolux alia em sua formulação duas moléculas: Espinetoram e Metoxifenozide, sendo ideal para rotação de ativos.

Lagarta morta no exterior da cana atesta alta velocidade de ação do Revolux

Foto: Mauro Borges Barbosa

Com dois novos modos de ação para o controle da praga, o inseticida possui rápida velocidade de ação sobre as lagartas; é adequado para manejo integrado com inimigos naturais; entrega alta performance mesmo em condições de alta pressão da praga e possui excelente período de controle e flexibilidade de doses e número de pulverizações, além de ser indicado para aplicações desde as primeiras infestações.

Fonte: CanaOnline