COP25 não deu em nada, afirma ministro do Meio Ambiente
16-12-2019

Ricardo Salles participou da COP25 em Madrid, na Espanha. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Ricardo Salles participou da COP25 em Madrid, na Espanha. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em sua conta no Twitter, Ricardo Salles afirmou que países ricos apontam o dedo, mas não abrem mercado para crédito de carbono

Por José Florentino, com informações da Agência Brasil

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25), em Madrid, na Espanha, não deu em nada, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, neste domingo, 15.

Em sua conta no Twitter, Salles disse que os países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. “Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem. Protecionismo e hipocrisia andaram de mãos dadas, o tempo todo”, diz.

COP 25 não deu em nada. Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem. Protecionismo e hipocrisia andaram de mãos dadas, o tempo todo

 

Acordo Chile-Madrid

A Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) já tem documento final acerca da ambição climática em 2020 e do cumprimento do Acordo de Paris, que limita os países para impedir a subida da temperatura média do planeta este século acima de 1,5 graus. O acordo, intitulado “Chile-Madrid, hora de agir”, foi alcançado neste domingo, quase dois dias após o dia marcado para encerrar a COP25 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

O documento foi aprovado pela presidente da COP25, a chilena Carolina Schmidt, após um tenso debate com o Brasil que, inicialmente, não aceitou dois parágrafos incluídos no acordo sobre oceanos e uso da terra.

O acordo final da COP25 estabelece que os países terão de apresentar em 2020 compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões (as chamadas Contribuições Nacionais Determinadas) para enfrentar a emergência climática.

Segundo o acordo, o conhecimento científico será “o eixo principal” que deve orientar as decisões climáticas dos países para aumentar a sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência. O texto inclui “a imposição” de que a transição para um mundo sem emissões tem de ser justa e promover a criação de emprego.

O acordo também reconhece a ação climática de atores não-governamentais, a quem convida a aumentar e generalizar estratégias compatíveis com o clima.

As várias delegações, de 200 países, não conseguiram chegar, na sexta-feira, 13, a acordo sobre como impulsionar as metas do Acordo de Paris.

Canal Rural