CTBE realiza evento sobre manejo da palha da cana-de-açúcar
12-09-2018

Encontro promoverá discussão entre pesquisadores e líderes do setor sobre estratégias para remoção de palha

Com o objetivo de conceber um Guia de Boas Práticas do manejo de palha de cana-de-açúcar, o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), no âmbito do Projeto SUCRE, promoverá no dia 17 de outubro o Workshop de Remoção de Palha e suas Implicações. O CTBE é um dos quatro Laboratórios Nacionais que compõe o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas-SP. O workshop reunirá informações validadas pelo Projeto SUCRE sobre os impactos da palha nas condições do solo e no desenvolvimento da cana-de-açúcar na região centro sul do Brasil, indicando e os locais onde a remoção deve ser priorizada visando aumentar a sustentabilidade da produção de bioenergia sem comprometer o ambiente produtivo e o fornecimento de serviços ecossistêmicos.

O evento é gratuito, mas conta com lugares limitados. As inscrições estão abertas até 1º de outubro no site do Projeto SUCRE: http://pages.cnpem.br/sucre/workshop-remocao/ 

 

Confira, abaixo, o programa:

 Horário

Palestrante
Instituição
Tema

8:30
Recepção e Welcome Coffee

9:00
Eduardo do Couto e Silva
(Diretor do CTBE)
CTBE/CNPEM
Discurso de abertura

9:10
João L. Nunes Carvalho
CTBE/CNPEM
Abertura do Projeto SUCRE

9:20

Ricardo de Oliveira Bordonal

CTBE/CNPEM
Dinâmica do carbono do solo induzida pela remoção de palha em médio e longo prazo

9:40

Guilherme Adalberto Castioni

CTBE/CNPEM
Implicações da remoção de palha na qualidade física do solo

10:00

Lauren Maine Santos Menandro

CTBE/CNPEM
Remoção de palha para bioenergia: impactos nos organismos do solo

10:20

Leandro Carolino Gonzaga

CTBE/CNPEM
Emissões de N₂O do solo em áreas de recolhimento de palha

10:40
Coffee Break

11:10
Carlos Eduardo Cerri e
Maurício Cherubin
ESALQ/USP
Projeto Sispalha: Apresentação dos resultados

11:40

Sarah Tenelli

CTBE/CNPEM
Recolhimento de palha: implicações na fertilidade do solo e na reciclagem de nutrientes

12:00

Rafael Otto

ESALQ/USP
Recomendação de adubação em áreas de recolhimento de palha

12:20

Sérgio Castro

CTBE/CNPEM
Incidência de pragas de solo na cultura da cana-de-açúcar associada à remoção da palha

12:40

Marcos Kuva

HERBAE
Como o recolhimento de palha afeta a infestação de plantas daninhas?

13:00
Almoço

14:00

João L. Nunes Carvalho

CTBE/CNPEM
Qual o impacto do recolhimento de palha na produtividade de cana-de-açúcar?

14:20
Ana Cláudia Luciano
CTBE/CNPEM
Mapas de aptidão de remoção de palha

14:40
Daniel Duft
CTBE/CNPEM
Zoneamento climático da remoção de palha no Brasil

15:00
Discussões

16:30
Coquetel

  

Contexto da palha da cana-de-açúcar no Brasil

A eliminação de queima da cana-de-açúcar e o aumento da colheita mecanizada estão entre as principais mudanças do setor agrícola no Brasil, mudanças essas que se refletiram em uma série de benefícios ambientais, tais como a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) e a consequente melhoria da qualidade do ar. Com a eliminação da queima, a palha de cana-de-açúcar passou a ser mantida no campo, o que modificou consideravelmente o sistema de produção de cana-de-açúcar na região centro-sul do Brasil. Mais recentemente, o setor sucroenergético tem mostrado interesse em usar parte da palha para a produção de bioenergia (eletricidade e etanol de segunda geração), evidenciando a necessidade de estabelecer estudos mais complexos que equacionem os “prós e contras” do recolhimento da palha.

 Segundo cálculos da equipe do Projeto SUCRE, 78% do consumo de energia elétrica residencial no Brasil poderia ser suprido pela bioeletricidade gerada a partir da palha e bagaço de cana-de-açúcar. A palha é capaz de gerar cerca de 100 TWh ao ano, considerando o potencial de geração excedente com a queima do bagaço, somada ao potencial de 50% da palha disponível no Brasil. Além do alto potencial de contribuição para a matriz energética brasileira, a bioeletricidade a partir da biomassa é gerada no período de estiagem, quando as termelétricas movidas a gás natural são acionadas no lugar das hidrelétricas. Com baixa emissão de gases de efeito estufa, proximidade com os centros de carga, alta taxa de geração de empregos diretos e de despachabilidade, a biomassa como fonte de energia elétrica possuí benefícios ambientais, econômicos e sociais para o País.

 Sobre o Projeto SUCRE

O SUCRE é um dos principais projetos do CTBE e visa, junto às usinas do setor sucroenergético brasileiro, a implementação da produção de energia elétrica utilizando como matéria-prima a palha de cana-de-açúcar obtida durante a colheita. Para tanto, a equipe trabalha na identificação e solução dos problemas que impedem as usinas parceiras de gerarem eletricidade de forma plena e sistemática. A iniciativa é financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Faciliy), gerida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e implementada pelo CTBE, que integra o CNPEM.

 Sobre o CTBE 

O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O CTBE desenvolve pesquisa e inovação de nível nacional e internacional na área de biomassa voltada à produção integrada de energia, em especial do etanol de cana-de-açúcar. O Laboratório possui um ambiente singular no País para o escalonamento de tecnologias, visando a transferência de processos da bancada científica para o setor produtivo, no qual se destacam a Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP) e a Biorrefinaria Virtual de Cana-de-açúcar (BVC).

  

Viviane Celente

Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)

Projeto SUCRE | Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE)