CTG Brasil investe r$ 4,6 milhões em projeto para transformar plantas aquáticas em biocombustível
09-07-2019

Projeto, em parceria com o Senai, será apresentado para autoridades, pesquisadores e imprensa no dia 11 de julho, em Três Lagoas (MS

A CTG Brasil, segunda maior geradora privada de energia do País, em parceria com o Instituto Senai de Inovação Biomassa, apresenta no dia 11 de julho, às 9h30, em Três Lagoas (MS), o projeto Macrofuel: Aproveitamento Energético de Bio-Óleo Pirolítico de Macrófitas Aquáticas para Produção de Biocombustível.

Com investimento de R$ 4,6 milhões e duração de três anos, o estudo tem como objetivo avaliar o aproveitamento energético do bio-óleo proveniente de macrófitas aquáticas para utilização como combustível em motores tradicionais a diesel, e a possibilidade de seu uso nos processos produtivos das unidades.

Além de viabilizar o aproveitamento energético de um resíduo que pode se tornar um problema com sua propagação excessiva, o projeto realizará o mapeamento, monitoramento e a identificação das macrófitas – 86 espécies de plantas aquáticas já foram identificadas em outros estudos nos reservatórios de Ilha Solteira e Jupiá.

“Vamos usar ciência e tecnologia para propor uma solução inteligente e ecológica a um problema que afeta o uso da água e a operação das usinas hidrelétricas, exercendo o controle de macrófitas ao mesmo tempo em que transformamos os resíduos dessas plantas em energia”, diz Aljan Machado, diretor de Saúde, Segurança, Qualidade, Meio Ambiente e Patrimônio da CTG Brasil.

O que o estudo propõe é dar uma destinação mais adequada aos resíduos das macrófitas por meio da pirólise rápida, um processo de decomposição de materiais aplicando altas temperaturas. O principal produto desse processo termoquímico é o bio-óleo, que pode ser usado diretamente como combustível em motores a diesel ou ser processado e dar origem a produtos de maior valor agregado.

O projeto não abrange, a curto prazo, a comercialização direta do bio-óleo, visto que o foco é desenvolver uma metodologia de produção de biocombustível líquido para geração de energia.

Já Rodolpho Mangialardo, diretor-regional do Senai de Mato Grosso do Sul, reforça a importância de a instituição estar, cada vez mais, envolvida em parcerias desse tipo. “Entendemos que o início dessa parceria com a CTG Brasil indica que estamos alçando grandes voos em desafios, pesquisas e inovações, demonstrando o potencial do Senai com relação ao desenvolvimento de pesquisa e inovação e nossa capacidade para atendimento de empresas não só do Mato Grosso do Sul, como do Brasil e, também, do mundo.”

Danos à operação – As macrófitas são importantes para o ecossistema hídrico, pois fornecem alimento e abrigo a organismos aquáticos, além de auxiliarem na proteção às margens dos rios. Sua reprodução rápida e excessiva, no entanto, afeta a navegação, a pesca e, no caso dos reservatórios, também a geração de energia hidrelétrica.

Desde 2016, só na Usina Jupiá, a CTG Brasil já retirou mais de 2.315 m³ de macrófitas das grades da usina, equivalente a mais de 2 mil toneladas de plantas aquáticas.

Em 2017, o desprendimento de macrófitas no reservatório da Usina Jupiá afetou a operação de 10 unidades geradoras, causando, no total, indisponibilidade de cerca de cinco meses para o sistema e um custo de manutenção de R$ 3,8 milhões para a empresa.

Atualmente, visando o mínimo impacto ambiental, a CTG Brasil realiza a remoção física das macrófitas e as submete a um processo de compostagem. Quando se acumula uma grande quantidade, o composto gerado é doado a prefeituras para ser usado em viveiros e hortas.

Investimentos em inovação – Além de reverter em ganho de eficiência para suas operações, o investimento da CTG Brasil em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) tem por objetivo gerar conhecimentos técnicos e científicos que contribuam para o crescimento do setor elétrico brasileiro e, consequentemente, do País. Em 2018, a empresa destinou R$ 8 milhões a atividades de P&D.

Atualmente, somam-se ao estudo para identificação, controle e reaproveitamento energético das macrófitas outros projetos importantes – como a esterilização de mexilhões-dourados para o controle populacional desta espécie invasora nos rios brasileiros. Sem predadores naturais, o mexilhão, presente em 40% das usinas do País, prolifera-se e compromete a geração de energia hidrelétrica.

CTG Brasil

Criada em 2013, a CTG Brasil é parte da China Three Gorges Corporation, líder global em energia limpa. Com investimentos em 17 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos, o portfólio da empreslogoa hoje tem uma capacidade total instalada de 8,28 GW. A empresa conta com a dedicação de seus talentos locais e está comprometida em contribuir com a matriz energética brasileira, pautada pela responsabilidade social e respeito ao meio ambiente.

Por Priscila Carvalho

 

Fonte: Jornal Dia a Dia