Curva de aprendizado importante: “Hoje a colheita da cana mecanizada está melhor que cinco anos atrás”
28-10-2016

Entre conhecimento tecnológico e de gestão há um hiato. “Muitas vezes temos muita teoria de gestão sem conhecimento técnico e vice-versa. É preciso que se unam. Que se utilize a tecnologias da forma correta. Isso se chama perícia técnica: a gestão aplicada ao conhecimento técnico”, afirma Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, professor doutor do Departamento de Produção Vegetal da Esalq/SP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”). 

Esse processo é fundamental para a evolução do setor e para o desenvolvimento das próprias tecnologias.
Exemplo disso é a colheita mecanizada, que cada vez mais está presente nos canaviais do Centro-Sul do Brasil. “Hoje a colheita de cana mecanizada está muito melhor do que cinco anos atrás. Não só pelo rendimento, como pelas consequências nas soqueiras. E vemos isso graças a essa união entre gestão e conhecimento tecnológico”, diz o professor da Esalq.

“Estamos enfrentando uma curva de aprendizado positiva. Já avançamos muito no conhecimento de várias áreas, inclusive na mecanização, mas ainda falta muito.”
Segundo ele, o setor ainda carece de mais conhecimento sobre qualidade dos insumos. “Temos que dominar os insumos corretos para se utilizar em cada situação. Na área de fertilizante, temos um grave hiato de produtos com maior eficiência agronômica. Temos poucas opções, que são muito boas, mas pouco usadas. Temos baixas eficiências na mecanização, na aplicação de insumos. Essas ineficiências vão sendo somadas ao longo do processo. De repente, olhamos para trás e vemos que há muito ainda a crescer.”

Ele lembra que o setor sucroenergético saiu de uma zona de conforto, em que era bastante eficiente, e deixou de ser. “E temos que perceber que estamos patinando no mesmo lugar há muito tempo. Por isso que é importante que tenhamos sempre em mente com visão de futuro, de crescimento. Se não pensar em crescer, estagna até regredir.”
O grande foco do setor deve ser, pelo menos, o crescimento vertical da produção agrícola, que é o aumento da receita por área (rendimento econômico por área).
“Quando se fala de cana de três dígitos, queremos tonelada por hectare ou dinheiro por hectare? Queremos os dois, mas temos que ter dinheiro por hectare. E o caminho para se ter mais dinheiro por hectare esperamos que seja tendo mais cana por hectare. Desta forma, toda cadeia será favorecida.”

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