Custo geral estimado de usinas do Centro-Sul registra queda de 2%
07-12-2017

Resultado é decorrente da redução do faturamento, diminuição de preços da cana do fornecedor e do arrendamento

A estimativa do custo total de sete usinas do Centro-Sul (seis de São Paulo e uma de Minas Gerais), na safra 2017/18, revela uma queda de 2% em relação à safra 2016/17 conforme levantamento realizado pela Sucrotec, informa o economista Francisco Oscar Louro Fernandes, diretor dessa empresa de consultoria sediada na capital paulista.

Esse dado aparentemente positivo é consequência, no entanto, de resultados que não podem ser comemorados. O custo administrativo teve uma queda de 3% por causa da diminuição dos encargos tributários. E isto ocorreu por causa da redução do faturamento – enfatiza.

“Como o resultado desta safra foi bem inferior ao da safra passada, as usinas estão pagando menos imposto de renda”, comenta Oscar Fernandes, que abordou, em detalhes, o assunto na palestra “A evolução dos custos de produção de cana, açúcar e etanol na safra 2017/18”, nesta quarta-feira (06/12), no 16º Seminário de Produtividade & Redução de Custos da Agroindústria Canavieira. O evento, que é uma realização do Grupo IDEA, acontece nos dias 6 e 7 de dezembro, em Ribeirão Preto, SP.

O grande problema, nesta safra, foi a queda de preços dos produtos, que afetou o resultado obtido pelas unidades sucroenergéticas. Segundo Oscar Fernandes, a redução média de preços dos diversos tipos de açúcar está estimada em 20% até o final da safra, ou seja, 31 de março de 2018.

“A situação em relação ao açúcar só não está pior, porque algumas empresas já tinham fixado o preço no ano passado por meio de contratos e, por isso, não chegaram a ser atingidas pela queda de 20% no preço do produto”, comenta.
A estimativa de redução de preço de etanol é de 6% em relação à safra anterior, mesmo considerando a melhora de preço desse biocombustível na entressafra – observa.

Na safra passada, o resultado operacional, que considera as despesas operacionais mais o plantio de cana divididos pela receita líquida (ou seja, o faturamento, livre de impostos), ficou em 12%. No atual ciclo, a estimativa é de 1%. “O resultado das empresas, nesta safra, está praticamente próximo de zero”, ressalta.

A redução do preço da cana do produtor é outro fator que contribuiu, de maneira significativa, para a queda do custo geral das usinas – afirma Oscar Fernandes. A cana do fornecedor registrou uma redução de preço de 13%, principalmente por causa do ATR – informa. A estimativa de queda do preço do ATR é de 14%.
Além do ATR, outros itens interferem no preço de cana do produtor – esclarece. “É preciso considerar se a usina prestou mais serviços – ou não – para o produtor; se o pagamento da cana foi feito à vista; se o produtor recebeu – ou não – algum subsidio da usina”, exemplifica.
Com uma queda de 3%, o arrendamento também ajudou a puxar o custo geral da usina para baixo – avalia.

Custo de produção – Apesar da queda do custo geral, o de produção registrou aumento de acordo com o levantamento realizado pela Sucrotec. Na área agrícola, a alta ficará em 8% até o final da safra, revela Oscar Fernandes.“Em 2017, houve uma queda no rendimento agrícola nas usinas avaliadas, de 84 toneladas por hectare para 81 TCH, o que já indica uma tendência de aumento de custo”, constata.

O que mais está pesando no custo de produção da área agrícola, neste levantamento da Sucrotec, é o item “combustível e lubrificantes” que subiu 10%. Em seguida, estão os insumos agrícolas (adubos, herbicidas, inseticidas) que tiveram uma elevação de 8%. A mão de obra registrou também um aumento de 8%.

Na indústria, a estimativa de alta do custo de produção é de 5% em relação a safra 2016/17. Os insumos industriais (produtos químicos, lubrificantes) registraram um aumento de 9% e a manutenção, de 8%, entre outros itens.

O levantamento de custo da Sucrotec só não inclui depreciação e despesa financeira – observa. “As usinas avaliadas representam bem, estatisticamente, a moagem no Centro-Sul, considerando dados gerais de redução ou aumento de margem e mix de produção”, afirma Oscar Fernandes.

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