Deu Dilma! E como fica a cana?
10-11-2014

O setor sucroenergético foi um dos segmentos econômicos que mais sofreu com o rali dessas eleições presidenciais. Sentindo-se abandonados pelo governo Dilma, os empresários da agroindústria canavieira se apegaram aos candidatos que defendiam as energias renováveis e abertos à adoção de medidas que tirem o setor desse cenário caótico: dívidas, recuperação judicial e fechamento de unidades. 

O pessoal da cana começou timidamente apoiando Aécio Neves (PSDB), com a subida de Marina Silva (PSB), as atenções se voltaram para a candidata, mas com a ascensão de Aécio e a real possibilidade de vitória o setor se animou e muitos de seus integrantes e alguns de seus líderes ousaram apoiar abertamente o candidato tucano.
O não apoio à candidata Dilma Rousseff (PT) tinha razões claras, com raízes que começaram por volta de 2004: embaladas pela crescente demanda por etanol para atender o mercado interno de carros flex e motivadas pela campanha do ex-presidente Lula de que o etanol da cana ia abastecer o mundo, até 2008, as usinas se endividaram com empréstimos para expandir a produção e implantar novas unidades.

Mas o mercado externo não se abriu e, pior, com o pré-sal, o foco do governo federal deixou de ser os combustíveis renováveis. Assim, o etanol que, em 2010, chegou a ser o combustível preferido dos brasileiros, ultrapassando o consumo de gasolina, foi declinando a partir de 2011. Sem reajustes de preços da gasolina, o etanol perdeu competitividade. Outro fator que o enfraqueceu foi o fim da cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina, para impedir o aumento de preço do produto. A CIDE foi reduzida gradualmente de R$0.28/L em maio de 2008 para zero em junho de 2012. Segundo levantamento do Itaú BBA, essa redução gradual da CIDE desde maio de 2008 representa uma perda para o setor de R$ 16 bilhões.

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