Embrapa Agroenergia lança Relatório de Gestão em formato digital
13-04-2020

Relatório de Gestão da Embrapa Agroenergia abrange o período de 2017-2019. Foto: André Scofano
Relatório de Gestão da Embrapa Agroenergia abrange o período de 2017-2019. Foto: André Scofano

Saiba quais foram os destaques da gestão de Guy de Capdeville que tornaram a UD modelo de relacionamento com o mercado

A Embrapa Agroenergia lança na segunda semana de abril, em formato digital, o Relatório de Gestão 2017-2019. Utilizando modernos recursos gráficos, como imagens fullsize, infográficos animados, vídeos e ferramentas de gestão de conteúdo, é possível navegar pelo documento e conhecer de maneira objetiva e precisa os principais resultados da Unidade em sete linhas temáticas: Bioeconomia, Gestão da Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento, Inovação e Negócios, Políticas Públicas, Sociedade e Gestão Organizacional.

O chefe-geral da Embrapa Agroenergia no período 2016-2019, Guy de Capdeville, atualmente diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, destaca a importância do trabalho de toda a equipe do centro na construção do documento. “Sinto orgulho de ter feito parte deste grupo, que tem mostrado um patamar muito elevado de qualidade no trabalho que faz. A Embrapa Agroenergia é uma excelente referência e um bom modelo para a nossa empresa”, disse Capdeville em agradecimento à equipe. 

“Buscamos um formato que fosse de fácil acesso e extremamente objetivo. Um hotsite que fizesse uso de infográficos, vídeos e animações e que fosse compatível com a maioria dos dispositivos móveis foi a nossa escolha”, explicou o atual chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Alexandre Alonso, que coordenou a execução do relatório juntamente com a equipe do Setor de Comunicação e Marketing. “O formato trouxe inúmeros desafios à equipe, todos superados, e hoje temos um relatório único, que pode inclusive ser atualizado à medida que novos números forem sendo consolidados”, ressaltou.

Logo na primeira página do relatório, foram inseridos os dez resultados de projetos de P&D desenvolvidos pelos cientistas da Embrapa Agroenergia que se destacaram nos últimos três anos. Os resultados atendem a diferentes setores no contexto da bioeconomia, como as biorrefinarias, o setor sucroalcooleiro, as indústrias alimentícia e farmacêutica, e ainda os pequenos produtores, demonstrando que é possível fazer pesquisa de ponta e gerar matérias-primas para redução da pobreza. 

Pela primeira vez, o documento não será impresso, reforçando o compromisso da Embrapa Agroenergia com a sustentabilidade ambiental. Confira o relatório completo neste link

Destaque da Gestão – Foco em negócio

Sob o comando de Guy de Capdeville, a Unidade alcançou prestígio e tornou-se modelo de relacionamento com o mercado ao adotar como prática a gestão da inovação, cujo foco é fechar parcerias e inserir no mercado as tecnologias produzidas nos laboratórios. 

Neste sentido, tornou-se a primeira Unidade da Embrapa a ser credenciada pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o que possibilitou a cocriação e o codesenvolvimento de pesquisas com parceiros da iniciativa privada de diferentes portes e segmentos, o compartilhamento de riscos no desenvolvimento das tecnologias, a descentralização direta de recursos e a diversificação das fontes de financiamento para os projetos. 

“Aproveitem esse mecanismo que temos, de unidade Embrapii. Esse é o futuro, o modelo que continuará existindo e o diferencial que nos salva na hora das dificuldades financeiras”, afirma Capdeville. 

Alexandre Alonso, que ocupou a Chefia de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia de outubro de 2016 a fevereiro de 2020, lembra que antes mesmo de assumir a gestão da UD, Capdeville já estimulava as equipes a pensar em modelos inovadores e ágeis para que os resultados de pesquisa fossem efetivamente adotados pela sociedade. “Logo percebemos que, antes de pensar em modelos de transferência de tecnologia mais eficazes, deveríamos repensar o próprio modelo de negócios da Unidade”.

“A partir daí estabelecemos a nossa proposta de valor, identificamos e segmentamos os nossos clientes. Em seguida, definimos canais de relacionamento e passamos a monitorar como se dava o acesso às nossas tecnologias”, explica Alonso. 

Definidos os principais clientes e o que a pesquisa poderia oferecer ao mercado, a UD passou a operar um modelo B2B, ou Business-to-business, no qual as tecnologias passaram a ser negociadas com terceiros. Estes, após escalonamento e validação, passaram a negociar produtos diretamente com os consumidores finais.

“Com base nesta constatação e objetivando migrar de um modelo ‘ofertista’ de tecnologias para um modelo de cooperação/inovação aberta, definimos nossas estratégias de transferência de tecnologia, sendo as duas principais ancoradas em dois modelos de relacionamento com clientes: a cocriação e o codesenvolvimento”, explica Alonso. A partir daí, houve um aumento nas ações de prospecção de parceiros e oportunidades de negócios visando à assinatura de projetos tipo III, que dentro da Embrapa são os de inovação aberta.

P&D adaptada à inovação

A reorganização da Embrapa Agroenergia em um modelo de inovação aberta também demandou a revisão e a criação de novos processos na área de Pesquisa e Desenvolvimento. O chefe-adjunto, João Ricardo Almeida, conta que tanto o processo de concepção quanto o de avaliação de projetos foram reformulados para priorizar o desenvolvimento de ativos tecnológicos

“Inicialmente, trabalhamos com a construção da Vitrine Tecnológica, onde inserimos os principais ativos gerados pela Unidade em gestões anteriores. Paralelamente, fizemos a adaptação da escala TRL, criada pela Nasa, para as tecnologias da Unidade”, explica João Ricardo, enfatizando que o uso dessa ferramenta foi imprescindível para acompanhar o desenvolvimento de ativos e se comunicar com os parceiros.

“Hoje priorizamos os projetos de pesquisa que visem ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para o setor produtivo. Todas essas ações, associadas ao trabalho em equipe da gestão e dos grupos de pesquisa, possibilitaram o aumento significativo das nossas entregas”, afirmou.

Os dados consolidados do relatório confirmam a análise do chefe de P&D. Nos últimos três anos, o número de ativos desenvolvidos pela UD aumentou de 17 em 2017, para 21 em 2018 e 30 em 2019. Atualmente, 27 estão disponíveis na Vitrine Tecnológica para parcerias e desenvolvimento conjunto. 

No mesmo período, o número de acordos de cooperação técnica (ACTs) firmados quadruplicou, passando de apenas dois em 2017 para 12 em 2019, sendo quatro em parceria com a EMBRAPII. 

“Nos últimos três anos, foram firmados 13 ACTs com diferentes parceiros (veja aqui quem são), gerando um total de 29 soluções tecnológicas que visam atender a diversos mercados (Sistema Produtivo, Beneficiadoras de óleo, Agroquímicos, Bioenergia e Biocombustível, Defensivos Agrícolas, Alimentos, Polímeros, Fertilizantes e Cosméticos). As soluções tecnológicas receberam um aporte de mais de R$ 8 milhões da iniciativa privada entre os anos de 2017 e 2019”, destaca o relatório. 

Para João Ricardo, o pleno sucesso de uma tecnologia passa pela sua adoção por algum ente do setor produtivo. “Por esse motivo, o foco das pesquisas da Embrapa Agroenergia continuará sendo os projetos de codesenvolvimento ou cocriação de ativos, com ênfase no estabelecimento de parcerias público-privadas”. 

Bioeconomia, Políticas Públicas e Sociedade

Desde 2017, a Embrapa Agroenergia atua dentro do contexto da bioeconomia, modelo de produção industrial que se baseia no uso de recursos biológicos com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis. No caso da UD, o foco é desenvolver soluções inovadoras para a conversão eficiente e sustentável de biomassa em bicombustíveis, produtos químicos e materiais de origem de renovável para o benefício da sociedade. 

“Promover a competitividade da bioeconomia brasileira nos mercados de bioenergia, biocombustíveis e bioprodutos é o foco das pesquisas da Embrapa Agroenergia, que visam a prover indústrias com matérias-primas eficientes e processos produtivos inovadores e sustentáveis”, ressalta João Ricardo Almeida.

Outra preocupação da gestão foi aprimorar e formular estratégias para políticas públicas, o que se deu a partir de análises e estudos alinhados às necessidades do mercado e do desenvolvimento rural. “A Embrapa Agroenergia entende que a ponte entre as pesquisas e as políticas deve ser fortalecida com mecanismos que permitam maior aproximação com os formuladores de políticas públicas em prol da inovação no Brasil”, destaca o relatório.

A melhoria do relacionamento com a sociedade também foi um marco na gestão de Capdeville. Isso ocorreu por meio da curadoria cuidadosa do conteúdo oferecido no site e nas redes sociais da UD, com foco em uma comunicação mais mercadológica. 

Hoje, os quatro perfis da Unidade nas redes sociais oferecem conteúdos distintos visando a aprimorar a abrangência da comunicação. Divulgar os ativos tecnológicos, promover as tecnologias da UD e posicioná-la como empresa atuante no mercado de inovação aberta são o foco das contas no FacebookInstagramTwitter e LinkedIn, atualizadas semanalmente. 

A partir dos dados de acesso, obtêm-se informações qualificadas que auxiliam o corpo técnico a prospectar parceiros e clientes, retroalimentando todas as áreas com informações precisas sobre o que deseja o mercado. 

Sustentabilidade, Capacitação e Transparência 

Na gestão de Capdeville, também houve mudança na cultura organizacional da Embrapa Agroenergia com a criação do Comitê Local de Sustentabilidade, que elaborou o Plano de Logística Sustentável para auxiliar de forma mais efetiva o orçamento da Unidade, priorizando a redução nos gastos com a manutenção da infraestrutura geral, com foco na sustentabilidade.

De acordo com a chefe de Administração à época, Elizete Floriano, essa iniciativa foi importante pois trouxe à tona a necessidade de aproveitar com sabedoria os recursos disponíveis e melhorar o relacionamento com o meio ambiente, os colegas e demais colaboradores na Unidade.

“Outro ponto positivo, muito relevante, foi a união entre os envolvidos nas atividades de recolhimento, pesagem e controle dos dados, no comprometimento e acompanhamento dos resultados. Uma sincronia emocionante, essa é uma opinião bastante pessoal, porém cheia de orgulho e profissionalismo”, contou Elizete.

Em 2019, a UD também ofereceu ao seu corpo gerencial uma capacitação para o desenvolvimento de competências gerenciais e comportamentais. Coordenar, administrar conflitos, gerir projetos com foco em resultados positivos foi o vetor dessa ação. 

“Após o treinamento, notou-se um engajamento maior nas equipes, o manejo adequado de conflitos e a melhoria do clima organizacional. O objetivo é que esta seja uma ação de gestão contínua e contribua para a criação de um cenário saudável e seguro, propiciando melhorias na saúde ocupacional dos empregados”, afirma Elizete.

Além da melhoria na eficiência e eficácia dos processos administrativos, a gestão também priorizou o atendimento transparente aos órgãos de fiscalização e à sociedade.  “A gestão organizacional tem de estar preparada para dar suporte à demandas cada vez mais inovadoras advindas do mercado, da pesquisa e das mudanças constantes na legislação. Rever processos constantemente, avaliar e gerir os riscos, atentar-se ao controle dos gastos, manter atualizados os documentos e melhorar a cada dia a informação interna e externa são formas efetivas de enfrentar esses desafios”.

Em nome da transparência e do direito ao acesso à informação pública, o Relatório de Gestão 2017-2019 será constantemente atualizado e amplamente divulgado para a sociedade. 

Irene Santana (Mtb 11.354/DF)
Embrapa Agroenergia