Empresa brasileira de etanol planeja multiplicar produção cinco vezes
04-07-2017

Matéria publicada nesta segunda-feira (3) pelo jornal Financial Times conta que Raízen Energia, o maior produtor brasileiro de etanol de cana, está planejando ampliar a produção em uma nova usina de biocombustíveis de "segunda geração", em um movimento que aumentará drasticamente a produtividade de uma das indústrias mais importantes do país.

A reportagem informa que a empresa diz que aumentará a produção mais do que cinco vezes em dois anos, tornando a nova tecnologia competitiva com o etanol tradicional e aproveitando potencialmente milhões de toneladas de material vegetal que atualmente são desperdiçadas.

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo depois dos EUA, com grande parte de sua frota de veículos adaptados para poder usar apenas etanol ou uma mistura de petróleo e etanol. As estações de gasolina normalmente fornecem etanol e combustíveis fósseis, explica o FT.

Enquanto vários países comercializam celulose a partir de plantas para uso como etanol, os resíduos brasileiros de cana-de-açúcar, conhecidos como bagaço, são vistos como uma das fontes mais promissoras devido à abundante oferta e à grande infra-estrutura existente para o processamento de etanol convencional, acrescenta o diário financeiro.

"A tecnologia de segunda geração permite extrair mais matéria de valor", disse João Alberto Fernández de Abreu, diretor executivo da Raízen Energia, parte de uma joint venture entre o maior produtor brasileiro de açúcar, a Cosan e a petrolífera Royal Dutch Shell.

"O compromisso brasileiro com o acordo de Paris implica que a produção de [etanol] precisa dobrar", disse Juan Carlos Castilla-Rubio, diretor-chefe de inovação da Raízen Energia e presidente da Space Time Ventures, parceiro estratégico da empresa. "É importante transformar a indústria em termos de produtividade antes de fazer isso".

"O desafio agora está relacionado a problemas mecânicos, não é tecnologia. A tecnologia está funcionando ", disse.