Empresa de logística quer construir etanolduto em MT
17-01-2019

A diretoria do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT), o governador Mauro Mendes e a diretoria da Logum Logística estiveram na última semana, em Cuiabá, para tratar da implantação da infraestrutura dutoviária para transporte de etanol de Mato Grosso até Paulínia (SP). O objetivo é que a empresa de logística inicie um estudo ainda este ano para a implantação.

A Logum Logística, uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada em 2011 e com sede no Rio de Janeiro, tem o objetivo de implantar um sistema logístico multimodal de transporte e armazenagem de etanol e de derivados de petróleo. Entre suas acionistas estão a Petrobras, Raízen Energia, Copersucar e Uniduto.

A Logum é a responsável pela implantação dos dutos já em operação nos estados de São Paulo e Minas Gerais e que levam etanol até Paulínia (SP) ou até Duque de Caxias (RJ). O projeto é estender o duto que já chega a Uberaba (MG) até Mato Grosso. A empresa já trabalha no projeto de expansão do duto de Uberaba até o município de Senador Canedo no estado de Goiás, uma distância de 430 km.

O projeto do Sindalcool-MT é que o duto se estenda de Senador Canedo até Mato Grosso. A distância de Senador Canedo até Cuiabá, por exemplo, é de 920 km. "É urgente a necessidade de resolvermos a questão logística para escoamento da produção de etanol de Mato Grosso. Não há dúvidas que Mato Grosso pode se tornar o maior produtor mundial de etanol, a única coisa que pode impedir isto de acontecer é a questão logística", aponta o presidente do Sindalcool-MT, Silvio Cezar Pereira Rangel.

Em até três anos, Mato Grosso chegará ao requisito necessário, estabelecido pela empresa, para a implantação de um duto para transporte do etanol, isto é, a produção de cinco bilhões de litros por ano. Por isso, a urgência em iniciar o processo para a implantação do duto, pois uma obra deste porte demanda tempo e exige uma série de estudos e permissões nas áreas ambiental e de segurança, entre outros.

O otimismo sobre a produção de etanol deve-se a matéria prima em abundância, com o advento do biocombustível produzido a partir do milho. Maior produtor nacional do grão, com uma produção que só cresce, o estado conta, atualmente, com 11 unidades produtoras de etanol, e mais três apenas de etanol de milho para entrar em operação até 2020.

A estimativa é dobrar ou triplicar a produção, que atualmente é de 1,5 bilhão de litros, em apenas três anos. "A diretoria da Logum Logística visitou algumas unidades produtoras de biocombustível em Mato Grosso e ficou fascinado com o que viu", conta Silvio.

De acordo com o presidente do Sindalcool, o Governo do Estado está oferecendo total apoio a implantação da estrutura dutoviária. "O governador Mauro Mendes pediu a Logum que já inicie o pré-projeto da obra, pois nossa necessidade é urgente".

Participaram da reunião em Cuiabá, o diretor presidente da Logum, Wagner Biasoli, o diretor comercial, Leandro Almeida, e coordenador de Desenvolvimento e Negócios, Plínio Junqueira, o governador Mauro Mendes e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cesar Mirando Lima, o presidente do Sindalcool-MT, Silvio Cezar Pereira Rangel, o diretor executivo do Sindalcool, Jorge dos Santos, opresidente da União Nacional dos Produtores de Etanol de Milho (UNEM), Ricardo Tomczyc, e o presidente da FIEMT, Gustavo Oliveira.

MATÉRIA PRIMA - O milho é o que faz crescer a produção de etanol em Mato Grosso, a ponto da indústria acreditar que o estado pode se tornar a maior região produtora do bicombustível do mundo. O impulsionador é o DDG, um subproduto extraído do grão, a partir da produção do etanol, e que é considerado uma das melhores opções de alimento para as criações de gado, suínos e aves, do qual Mato Grosso também é o maior produtor nacional.

Apesar de ser um insumo relativamente novo no mercado brasileiro, o DDG está presente nos confinamentos norte-americanos há mais de 25 anos.

Fonte: Diário de Cuiabá