Encontro discute inovação em novas energias
28-03-2019

Da esquerda p/ direita: Joep Huijsmans, líder da divisão de pesquisa e tecnologia de novas energias da Shell; Prof. Rubens Maciel Filho, da Faculdade de Engenharia Química e diretor do Cine e Euclides Mesquita, membro de Coordenação Adjunta da FAPESP.
Da esquerda p/ direita: Joep Huijsmans, líder da divisão de pesquisa e tecnologia de novas energias da Shell; Prof. Rubens Maciel Filho, da Faculdade de Engenharia Química e diretor do Cine e Euclides Mesquita, membro de Coordenação Adjunta da FAPESP.

Na última terça-feira, 26 de março, ocorreu na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) o primeiro simpósio do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE). O evento, que reuniu pesquisadores e profissionais de diversas universidades e institutos, teve como foco a apresentação do progresso das atividades do Centro desde sua abertura no ano passado e a discussão em torno da necessidade do fomento à novas energias sustentáveis. A abertura do evento ficou à cargo do reitor da Unicamp, Prof. Marcelo Knobel.

 

Prof. Rubens Maciel Filho

O diretor do CINE e professor da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, Rubens Maciel Filho, destacou que no futuro as energias solar e elétrica terão um grande aumento em sua produção, ultrapassando produções vindas do petróleo e de gases. “Em 2050, espera-se que a demanda por energia elétrica salte de 18% para 50%”, ressaltou o diretor. A energia solar será estudada em um dos quatro focos de atuação do CINE durante o projeto de Armazenamento Avançado de Energia e Portadores Densos de Energia com sede na Unicamp.

O fato do CINE estar sediado no Estado de São Paulo foi colocado como um diferencial para o seu desenvolvimento. “São Paulo chega a gastar até 29 vezes mais do que Minas Gerais em Pesquisa e Desenvolvimento”, ressaltou Euclides Mesquita, membro de Coordenação Adjunta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que também justificou o investimento pelo alto número de pesquisadores no estado de São Paulo, que chega a 69.900 divididos em 151 institutos.

Notando a dianteira da região do estado de São Paulo nas pesquisas de novas energias, a Shell também se tornou parceria do CINE com aporte de RS 34,7 milhões de reais.

Joep Huijsmans 

Segundo Joep Huijsmans, líder da divisão de pesquisa e tecnologia de novas energias da Shell, além do investimento, a parceria é importante para a empresa que vem se mostrando comprometida com as mudanças climáticas e já mantém outros centros de pesquisa energética na Índia, China e Inglaterra. Para ele, a sociedade tem grandes desafios a serem implementados como o fim do desmatamento, a mudança das práticas de consumo e o maior uso de energia elétrica, o que carece mais pesquisas: “No futuro, as indústrias, prédios e transportes serão eletrizados e se estima que em 2100 cerca de 20% dos transportes já serão movidos à energia elétrica”.

Apesar de ter apenas 5 meses de pesquisa em desenvolvimento, o CINE já possui uma ampla agenda de atividades, sendo previstos para os próximos meses novos workshops, cursos e produção de artigos ligados ao tema.

De acordo com a diretora de parcerias da Inova Unicamp, Iara Ferreira, novas energias são um dos focos de atenção da Universidade para o desenvolvimento de convênios de colaboração universidade-empresa. “Nós estamos focados em promover cada vez mais parcerias entre a Unicamp e o setor empresarial que tenham uma base de desenvolvimento sócio sustentável”, afirma a diretora.

Sobre o CINE

O Centro de Inovação Em Novas Energias é uma iniciativa da FAPESP, Shell Brasil, Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). O CINE receberá investimento de R$ 110 milhões em cinco anos, por meio do programa da FAPESP de Centros de Pesquisa em Engenharia.

O objetivo do projeto é desenvolver alternativas energéticas que possuam emissão zero de gases efeito estufa, além de outros dispositivos que sejam capazes de converter metano em produtos químicos, como as baterias de lítio e os supercapacitadores.

O CINE tem quatro focos de pesquisa com sedes na Unicamp (Armazenamento Avançado de Energia e Portadores Densos de Energia), USP (Ciência de Materiais e Químicas Computacionais) e no Ipen (Rota Sustentável para a Conversão de Metano com Tecnologias Químicas Avançadas). Ao todo serão desenvolvidos 20 projetos.

Profa. Ana Flávia Nogueira, do Instituto de Química da Unicamp

 

Autor Thais Oliveira

FotosThais Oliveira

Edição de imagemPaulo Cavalheri

UNICAMP