Energia da maior termoelétrica sucroenergética do Brasil é suficiente para atender mais de 440 mil residências
26-09-2017

Com capacidade para exportar anualmente 850 GWh, a usina CerradinhoBio, pertencente ao Grupo Cerradinho, que investiu 250 milhões na aquisição de mais uma caldeira e dois turbogeradores com 45 MW de potência cada um, vai produzir ainda mais energia elétrica do bagaço e da palha da cana.

O volume de 850 GWh equivale ao atendimento de 443 mil residências durante um ano inteiro ou 1/3 de tudo o que foi entregue pela fonte biomassa à rede de Goiás em 2016, o terceiro estado a gerar mais bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN) no período, perdendo apenas para Mato Grosso do Sul (MS) e São Paulo (SP).

“No momento em que se comenta a possibilidade de retorno da bandeira vermelha nas contas de energia para o próximo mês, já no patamar limite, com um adicional de R$ 3,50 por cada 100 kWh, termos um investimento deste porte em bioenergia mostra quão estratégica é a biomassa da cana para a sustentabilidade da matriz elétrica brasileira”, comenta o gerente em Bioeletricidade da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), Zilmar de Souza.

Segundo o executivo, outro ponto importante está relacionado à sustentabilidade ambiental da bioeletricidade sucroenergética a ser gerada pela usina CerradinhoBio. Graças ao empreendimento, será possível reduzir a emissão de 332 mil toneladas de CO2, um dos principais “vilões” do aquecimento global. “Para conseguirmos a mesma economia de CO2, seria preciso plantar e manter 2,3 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos”, avalia Souza.


De acordo com o presidente da CerradinhoBio, Paulo Motta, a nova caldeira também permitirá o uso de biomassas alternativas e complementares ao bagaço e da palha da cana-de-açúcar, aumentando a oferta de eletricidade renovável.

“Já utilizamos o cavaco de eucalipto e fizemos testes com o sorgo sacarino e o capim braquiária. Este novo arranjo permitirá diversificar as matérias-primas para a produção de energia elétrica e aumentar a produtividade da termelétrica ao longo da safra”, comenta Paulo Motta.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) revelam que com essa nova expansão, a termelétrica CerradinhoBio passou a ter 160 MW de potência instalada, o que lhe confere a posição de maior usina de bioeletricidade sucroenergética do País. O montante representa 2,1% da capacidade instalada de geração em Goiás, que possui 145 empreendimentos capazes de produzir 7.612 MW de potência.