Energia e transporte verdes representariam economia de US$ 621 bi para América Latina
08-01-2020

Trânsito em São Paulo. Foto: Fotos Públicas / Oswaldo Corneti
Trânsito em São Paulo. Foto: Fotos Públicas / Oswaldo Corneti

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A região da América Latina e Caribe poderia ter uma economia anual de 621 bilhões de dólares até 2050 se os setores de energia e transporte alcançarem emissões líquidas zero. A informação foi apresentada em dezembro (12) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Madri, durante a Conferência sobre Mudança Climática da ONU, a COP25.

Essas economias incluem 300 bilhões de dólares em despesas evitadas no transporte terrestre de passageiros e reduções de 222 bilhões de dólares nos custos de eletricidade. O efeito da mobilidade elétrica na qualidade do ar urbano economizaria 30 bilhões de dólares em custos com saúde.

A região da América Latina e Caribe poderia ter uma economia anual de 621 bilhões de dólares até 2050 se os setores de energia e transporte alcançarem emissões líquidas zero. A informação foi apresentada em dezembro (12) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em Madri, durante a Conferência sobre Mudança Climática da ONU, a COP25.

As conclusões fazem parte de um resumo executivo antecipado do “Relatório Carbono Zero para a América Latina e o Caribe 2019”, que destaca oportunidades, custos e benefícios da descarbonização conjunta de transporte e de geração de energia.

Ambos os setores respondem por dois terços das emissões fósseis de CO2 da região e cerca de 25% de suas emissões de gases de efeito estufa. Tais emissões devem dobrar até meados do século, caso as políticas atuais continuem inalteradas.

Sob as políticas e condições atuais, espera-se que as emissões do setor de energia aumentem 140% (até 1,2 bilhão de toneladas), considerando que a demanda regional de eletricidade quase triplicará até 2050. Atender a esses novos requisitos com a matriz atual afastaria a região do caminho de alcançar a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura em até 2°C, segundo o relatório.

A conversão para um sistema totalmente renovável seria o caminho de menor custo para eletrificar a região e atingir os objetivos do Acordo de Paris. Uma matriz renovável exigirá investimentos cumulativos de 800 bilhões de dólares até 2050, menos que o 1 trilhão de dólares necessários para atender à demanda de energia projetada no cenário comercial atual, de acordo com o estudo.

O relatório mostra que, ao descarbonizar a matriz energética e fornecer eletricidade a um sistema completo de transporte com emissões líquidas zero (incluindo o transporte marítimo e o terrestre), em 2050 a região poderia reduzir 1,1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente e economizar 621 bilhões de dólares por ano.

Essas economias incluem 300 bilhões de dólares em despesas evitadas no transporte terrestre de passageiros e reduções de 222 bilhões de dólares nos custos de eletricidade. O efeito da mobilidade elétrica na qualidade do ar urbano economizaria 30 bilhões de dólares em custos com saúde.

As economias totais previstas pelos autores consideram os custos da eliminação gradual das usinas de combustível fóssil instaladas antes de sua depreciação total. O valor dos ativos ociosos foi estimado em 80 bilhões de dólares (2018) até meados do século.

A transição para a descarbonização total nesses setores específicos trará benefícios adicionais, como 7,7 milhões de novos empregos permanentes e 28 milhões de postos de trabalho temporário em tarefas relacionadas a tecnologias verdes, implantação de infraestrutura ou eletrificação de transportes.

“Os setores de energia e transporte apresentam oportunidades para ações rápidas e de longo alcance, ambientalmente saudáveis e financeiramente atraentes. Uma transição conjunta não visa apenas atingir zero emissões até 2050, mas contribuir para o crescimento econômico e a melhoria da saúde pública”, disse Leo Heileman, Diretor Regional do PNUMA na América Latina e no Caribe.

“Essa transição representa uma oportunidade importante para elevar o nível de ambição das Contribuições Nacionalmente Determinadas (CNDs) e as estratégias de longo prazo, com diversas opções que atendem aos compromissos internacionais do clima estabelecidos sob o Acordo de Paris e apoiar a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse Carlos Manuel Rodriguez Echandí, Ministro do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica.

Desde 2012, a capacidade para energias renováveis não convencionais dobrou sua participação na matriz regional, representando, juntamente com a energia hidrelétrica, quase 54% em 2018. Além disso, os esforços de vários países para fornecer um ambiente propício para a transição energética garantiram mais de 35 bilhões de dólares em investimentos em energias renováveis não convencionais durante os últimos cinco anos (44% do investimento direto estrangeiro global).

Apesar desse progresso, os autores pedem uma agenda política mais ousada para acelerar as mudanças necessárias para cumprir a descarbonização até meados do século.

O Relatório Carbono Zero América Latina e Caribe 2019: as oportunidades, os custos e os benefícios da descarbonização conjunta do setor de energia e transporte na América Latina e no Caribe, baseia-se no primeiro Relatório Zero Carbono (2016), que apelou à região para se concentrar na descarbonização total de quatro áreas que produzem 90% das emissões de gases de efeito estufa: geração de energia, transporte, uso da terra e indústria.

A nova edição foi produzida com o apoio do EUROCLIMA+, um programa financiado pela União Europeia e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).

ONU