Engordando o caixa do produtor
27-10-2014

O produtor Ismael Perina Jr. cultiva uma área de 480 hectares com cana em Jaboticabal, SP. A produtividade é superior a 100 toneladas por hectare e há talhões com cana já no oitavo corte e que produzem 85 toneladas por hectare. 

A estratégia para alcançar esses índices é unir inovações tecnológicas com práticas agronômicas como a rotação de cultura com amendoim nas áreas de renovação de cana. Ismael é agrônomo e há mais de 30 anos defende a dobradinha cana/amendoim, pois sabe que este grão faz parte do pacote sustentável da agroindústria canavieira. Além dos ganhos agronômicos, como incorporação de material orgânico e fixação simbiótica de nitrogênio de 30 a 40 Kg/ha deixados no solo, esta técnica gera renda extra ao produtor.
Em 2013, Ismael adotou a prática de formar viveiro de cana por meio da tecnologia de mudas sadias. Para preservar a sanidade desse material que seria transplantado para os talhões que vão gerar o canavial comercial, pensou que a melhor alternativa era plantar em área de renovação com amendoim, livre de pragas. Por isso, em parceria com a BASF, desenvolveu uma prática inédita de Meiosi com duas ruas plantadas com mudas AgMusaTM e 10 ruas com amendoim (seria 1 para 5). As mudas de cana foram plantadas em setembro, o amendoim da variedade Runner do IAC em outubro, e a área foi colhida no mês de março.
Havia dúvida se a cana produzida nestas duas ruas seria capaz de cobrir as 10 ruas. Por isso, por segurança, foi cultivado um talhão fora do Sistema Meiosi. Mas a cana-muda não só preencheu a área de plantio comercial, como sobrou e foi fornecida à usina. Uma linha de cana gerou mudas para 11 ruas. Por isso, este ano, Ismael plantou 1 para 10. Mas aconselha quem está começando nessa prática a fazer 1 para 7 por causa da menor quantidade de chuva.
Feliz com o resultado, Ismael observa: “essa cana com oito meses oferece muito mais material que a cana convencional de 14 meses. Isso contribui para voltarmos a investir na formação de viveiros que, por pressa, deixamos de fazer e passamos a plantar cana com praga, com doença e perdemos muito com isso. Agora podemos voltar a fazer a coisa certa e com muito mais qualidade.”
Antônio César Azenha, gerente de Negócios AgMusaTM da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, salienta que a formação de um canavial a partir de mudas AgMusaTM elimina a possibilidade de levar pragas, como o temido Sphenophorus, para a área em formação, além da garantia de sanidade em relação às doenças, como raquitismo e escaldadura. Já a Meiosi com amendoim e AgMusaTM incrementa a rentabilidade do agricultor, pois o custo por hectare formado é reduzido à medida que o sistema proporciona um aumento de produtividade entre 20% e 40% do viveiro, dependendo da variedade utilizada. “Com o plantio em Meiosi, o produtor rural terá a possibilidade de obter ganhos adicionais com o cultivo intercalar, além de benefícios técnicos relacionados ao uso do solo. Outra vantagem é a sinergia com os agroquímicos utilizados para o plantio da cultura de ciclo rápido, como o tratamento de sementes com o fungicida e inseticida Standak®Top e o herbicida Plateau® no caso do amendoim”, complementa. Estratégias de mestre para o produtor de cana continuar no jogo.
Veja matéria completa na editoria Produtores Integrados, edição 14 da CanaOnline. Visualize no site ou baixe grátis o aplicativo para tablets e smartphones – www.canaonline.com.br