Entidades do agro e setor bioenergético apoiam acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE)
09-12-2024
O acordo representa um marco para empresas e consumidores
Após 25 anos de negociações, o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul está mais próximo de sair do papel. Os dois blocos chegaram a um consenso em temas estratégicos, incluindo questões ambientais e comerciais, marcando um avanço significativo para a integração econômica global. Apesar do otimismo, o tratado ainda depende de ratificação pelo Parlamento Europeu e outros trâmites internos antes de entrar em vigor, um processo que pode levar de três a quatro anos, segundo especialistas.
Com o potencial de eliminar tarifas de importação para uma ampla gama de produtos, o acordo promete fortalecer o comércio internacional, ampliando o acesso a mercados e fomentando a competitividade. No Mercosul, setores exportadores celebram o avanço, enquanto na Europa algumas indústrias manifestam receio diante da concorrência de produtos agrícolas e industriais sul-americanos.
Para Marcelo Vitali, diretor da How2Go, o acordo representa um marco para empresas e consumidores:
"O avanço do acordo entre a União Europeia e o Mercosul é um marco histórico para o comércio entre os blocos. Apesar de ainda dependermos da aprovação pelo Parlamento Europeu e de outros trâmites internos, há um otimismo no setor privado em relação aos benefícios que este tratado pode proporcionar. Consumidores terão acesso a produtos de maior qualidade e preços mais competitivos, enquanto novas oportunidades econômicas se abrem para ambos os lados. Estamos confiantes de que, em três ou quatro anos, veremos os frutos dessa integração se concretizarem".
Marcelo Vitali salienta que o tratado simboliza mais do que uma parceria comercial: é uma oportunidade para fortalecer a cooperação internacional e abrir novas perspectivas econômicas para empresas e consumidores dos dois lados do Atlântico.
NOTA DA UNICA
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) expressa seu apoio ao acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) e parabeniza o governo brasileiro pelo empenho em avançar nessa agenda.
Ao estabelecer uma parceria robusta entre os dois blocos econômicos, o acordo abre novas oportunidades para os setores produtivos, incluindo a agroindústria de açúcar e bioenergia.
Esse pacto permitirá ao Brasil expandir sua presença no mercado europeu, com potencial significativo para a diversificação das exportações e o aumento da competitividade do setor sucroenergético, que segue comprometido com a produção sustentável e a economia de baixo carbono.
NOTA ABAG - ACORDO UNIÃO EUROPEIA E MERCOSUL
A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) celebra o avanço do acordo UE-Mercosul e reconhece sua importância estratégica a ambos os blocos para a expansão de oferta e a segurança alimentar e energética da União Europeia diante dos limites impostos pelo conturbado cenário geopolítico global.
Pelo lado do Mercosul, a expectativa é de um gradual incremento do PIB do bloco gerado pela facilitação de investimentos e redução e ou isenção de taxações da UE a produtos originários da América do Sul. Isso permitirá o aumento da capacidade do bloco em promover o desenvolvimento sustentável e o atendimento a demandas socioambientais e econômicas recorrentes.
Especificamente para o agronegócio, em 10 anos, a UE deve isentar em mais de 80% as importações agrícolas do Mercosul e dar acesso preferencial com menor tarifa a diversos produtos.
A eliminação de tarifas é referente a frutas, peixes, suco de laranja, óleos vegetais entre outros produtos. Já as carnes bovina e suína terão um valor estabelecido por cotas, assim como o açúcar e o etanol.
O Brasil, reconhecidamente um parceiro comercial confiável, vai contribuir ainda mais para suprir a necessidade da UE de estabelecer parcerias com cadeias produtivas descarbonizadas e sustentáveis, uma condição essencial para atingir as metas de redução de emissões.
Ademais, o Acordo deve valorizar a percepção sobre o agro brasileiro, sua condução profissional focada na produtividade e na sustentabilidade, que respeita as normas e dá origem a energias renováveis e alimentos de qualidade que abastecem inúmeras nações ao redor do mundo.
Para o presidente da ABAG, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o avanço do Acordo tem um peso institucional muito grande e que no longo prazo essas oportunidades comerciais também vão gerar impactos positivos para a economia do Brasil, fomentando principalmente a produtividade da agroindústria.
Na avaliação do vice-presidente da entidade, Ingo Plöger, agora existe um esquadro jurídico que facilita o andamento de pautas futuras de cooperação entre blocos democráticos que apostam na livre iniciativa em um mundo cada dia mais protecionista.
“Teremos novas agendas comuns nas áreas de novos combustíveis e tecnologias de processos industriais, mais cooperando do que competindo, conjugando inovações em serviços digitais e fortalecendo os instrumentos de democracias. A ABAG em suas atuações internacionais agora será ainda mais demandada para buscar estas conjugações. Mais mercado, melhor cooperação, competição na diversidade e inovação, e expandindo a participação do privado nos desenvolvimentos sustentáveis”.

