Especial: Cana elétrica
12-12-2016

Se o título deste texto faz você pensar que cana-de-açúcar dá choque, enganou-se. O “choque” de que falamos aqui é o da inovação ambiental, de uma matéria-prima, uma alternativa limpa e sustentável que terá papel fundamental no futuro da matriz energética brasileira: a biomassa da cana-de-açúcar.

A eletricidade gerada a partir do vapor resultante da queima do bagaço da cana foi o tema do “I Seminário Mineiro de Bioeletricidade”, realizado pela Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), na capital mineira. Representantes de associações nacionais, empresários e especialistas do setor participaram do encontro, que reuniu mais de 150 participantes no auditório da Fiemg.

“A bioeletricidade é uma energia renovável e limpa e sua geração acontece próximo ao centro de carga. É complementar à geração hídrica, já que é produzida nos períodos mais secos do ano, além de ser fabricada aproveitando-se os resíduos da produção de açúcar e etanol, em vez de desperdiçá-los”, afirmou Mário Campos, presidente da Siamig.

E completou: “A grande estrela do nosso negócio é a cana-de-açúcar. Os produtos originários desta planta extraordinária representam 16,9% da oferta de energia no Brasil, sendo a principal fonte renovável da nossa matriz energética. Este evento é uma oportunidade para se conhecer melhor essa energia, dentro da categoria biomassa, com 77% de potência outorgada em 2015 e que ofertou ao Sistema Integrado Nacional (SIN) 20.400 GWh”.

Esta oferta, aponta ele, poderia prover o atendimento de energia elétrica a 10,5 milhões de lares brasileiros. “E evitou a emissão de 8,3 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, marca que somente seria atingida com o cultivo de 58 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.”

Apenas em Minas Gerais, que tem ótima vocação para a produção de energia a partir da biomassa de cana, os investimentos no setor possibilitaram que a produção de cana fosse quadruplicada em dez anos.

“As 35 usinas em operação no Estado geram mais de 61 mil empregos diretos em mais de 125 municípios canavieiros. Todas as usinas são autossuficientes na produção de energia para fabricação do açúcar e do etanol. Vinte e duas unidades já vendem o excedente e outras duas estão programadas para iniciar a comercialização de energia em 2017. Essas usinas representam mais de 85% da cana moída em Minas Gerais”, informa Campos.

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