Estudo da Fundação Seade destaca relevância do setor sucroenergético na economia paulista
28-11-2023

Documento revela evolução da agropecuária no estado e suas possibilidades de contribuição para o desenvolvimento socioeconômico de SP

A Fundação Seade lança estudo intitulado “A agropecuária paulista e sua contribuição para a transição energética no Estado de São Paulo”. O mapeamento organiza informações setoriais, destacando sobretudo a importância do segmento sucroenergético para a economia paulista e sua contribuição no movimento de descarbonização frente às recentes mudanças tecnológicas.

O estudo avalia a participação da agroindústria no Valor de Transformação Industrial (VTI) do Estado de São Paulo, bem como da balança comercial desses produtos, especificando uma parte importante do agronegócio estadual.

A partir de dados extraídos da Pesquisa Industrial Anual (PIA), do IBGE, o trabalho avança também no mapeamento dos elos de interação da produção agrícola e pecuária paulista, com atividades industriais que processam exclusivamente produtos vinculados a esse setor.

Além das informações referentes ao Valor Adicionado (VA) da agropecuária, o estudo analisa a produção agrícola (lavouras temporárias e permanentes), a pecuária e o emprego no Estado, comparando as variáveis em termos nacionais e identificando as principais características que marcam as diferentes regiões administrativas paulistas.

O estudo mostra, por exemplo, que Itapeva, Campinas e Sorocaba foram, entre 2012 e 2020, as regiões administrativas com maiores aumentos em suas participações no VA da agropecuária paulista. E que a soja ocupou a segunda posição no ranking do valor de produção agrícola estadual, rebaixando culturas mais tradicionais do Estado como laranja, milho e café. Entre 2012 e 2021, a área colhida de soja no Estado de São Paulo praticamente duplicou, passando de 7,1% (2012) para 13,6% (2021).

No emprego com carteira assinada, o estudo destaca que em 2021 o Estado de São Paulo contabilizou 300,4 mil postos de trabalho na agropecuária, mantendo sua liderança ao responder por 19,4% dos empregos formais nesse setor no país (1,5 milhão). Revela ainda que a cultura da cana-de-açúcar, embora siga empregando o maior contingente de força de trabalho da agricultura paulista (45,7 mil postos), perdeu 46% de postos entre 2012 e 2021 em função da mecanização da colheita desse produto no Estado.

Entre 2007 e 2021, a participação do VTI da agroindústria estadual no total nacional registrou recuo de 37,0% para 27,3%. Já na economia paulista, nota-se a ampliação da agroindústria no peso do VTI da indústria estadual, passando de 22,4% (2007) para 24,2% (2021).

Quanto à balança comercial, do total exportado pelo Estado de São Paulo em 2022, a agropecuária e as agroindústrias de base vegetal e animal responderam por 38,1% (US$ 28,2 bilhões) desse total.

Por fim, o estudo destaca a relevância do setor sucroenergético na economia paulista no atual processo de transição energética por qual passa o Brasil e o mundo. Iniciada com a produção do etanol, e, mais recentemente, com o aumento e diversidade de produtos (etanol de segunda geração, hidrogênio verde, biometano, combustível de aviação), esse setor passa a oferecer novos vetores de crescimento para o desenvolvimento do Estado de São Paulo. Vale lembrar que, em 2021, a lavoura da cana-de-açúcar alcançou 54,8% do valor da produção brasileira e, em termos estaduais, respondeu por 48,3% do valor da produção agrícola paulista, no mesmo período.

* Saiba mais sobre o estudo:

https://economia.seade.gov.br/wp-content/uploads/sites/15/2023/11/SpEconomia-novembro-2023-agropecuaria-paulista-contribuicao-transicao-energetica-estado-sao-paulo.pdf

Fonte: Uagro