Etanol anidro é o que mais remunera no setor
25-09-2014

A produção acumulada de etanol anidro atingiu 7,6 bilhões de litros na safra 2014/15 na região centro-sul, uma evolução de 5,3% em relação ao volume de igual período do ano passado.

É o produto que registra o maior percentual de crescimento nesta safra, aponta a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

A produção de etanol hidratado subiu para 10,4 bilhões de litros, com alta de 4,4%, enquanto a de açúcar foi a 23,4 milhões de toneladas, apenas 1,7% mais do que em igual período de 2013.

Julio Maria Borges, da JOB Economia e Planejamento, diz que, na verdade, esse avanço maior do etanol anidro é uma opção das usinas devido à melhor remuneração do produto, em relação aos demais no contexto atual do setor sucroenergético.

No início da safra, em abril, o açúcar para o mercado interno remunerava melhor do que o etanol hidratado, do que o açúcar para exportação e do que o açúcar VHP (para exportação), perdendo apenas para o etanol anidro.

Em maio e junho, no entanto, a remuneração do açúcar para o mercado interno superou também a do etanol anidro, condição que perdeu a partir de julho.

Acompanhamento de preços da JOB indica, no entanto, que o etanol anidro foi o produto que mais remunerou os produtores nos últimos três meses desta safra. Atualmente, essa remuneração supera em 7% a do açúcar para o mercado interno.

Este tem remuneração menor também em relação ao açúcar branco para exportação e ao etanol hidratado. A remuneração do açúcar para exportação é 2% acima da do açúcar comercializado no mercado interno, enquanto a do etanol hidratado é 1% maior.

O açúcar VHP para exportação é o produto que menos remunera nesta safra, em relação aos demais produtos, segundo Borges.

O preço do açúcar VHP, principal produto da pauta de exportações do setor de cana, equivale a 89% do preço do açúcar de mercado interno e não cobre os custos de renovação da lavoura, a depreciação e os juros.

O VHP está, neste momento, na condição de subproduto da agroindústria canavieira do Brasil. "Essa condição não é sustentável no médio prazo", afirma Borges.

Volta temor de seca e café sobe 4,5% na Bolsa de NY

O café voltou a subir forte na Bolsa de commodities de Nova York. O primeiro contrato fechou nesta quarta-feira (24) a US$ 1,89 por libra-peso, 4,5% mais do que no dia anterior.

A alta no mercado externo puxou também os preços internos. Em algumas regiões brasileiras, a saca chegou a ser negociada a R$ 460, conforme pesquisa da Folha.

A alta de preços ocorre devido à apreensão do setor com o clima no Brasil. A previsão de seca e a possível queda de produção no país, o principal produtor e exportador mundial, afetariam ainda mais a oferta.

A menor oferta do produto na América Central também ajudou a elevar os preços. Com a evolução desta quarta, o café já acumula alta de 60% nos preços, em relação a setembro de 2013, na Bolsa de Nova York.

Mineroduto A Anglo American obteve a licença de operação do mineroduto do projeto Minas-Rio. O empreendimento está em fase final de implantação, com previsão do primeiro embarque de minério de ferro no final deste ano. A capacidade de produção será de 26,5 milhões de toneladas por ano.

529 quilômetros O projeto Minas-Rio engloba uma mina de minério de ferro e unidade de beneficiamento, um mineroduto de 529 quilômetros de extensão, além do terminal de minério de ferro do Porto do Açu, localizado em São João da Barra, no Rio de Janeiro.