Ethanol Summit: mitos e fatos sobre o consumo de açúcar
19-06-2019

O painel “Mitos e Fatos: o açúcar na vida do consumidor”, realizado na manhã desta terça-feira, 18 de junho, no Ethanol Summit, maior evento do setor sucroenergético da América Latina, debateu o futuro do consumo e da produção de açúcar. O professor e consultor de agronegócio Marcos Fava Neves, moderador do painel, apresentou as linhas de discussão da sessão, que contemplaram a propaganda contra o açúcar, os aspectos relacionados à saúde e as regulações governamentais.

João Dornellas, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (Abia), apontou que atualmente existe uma vilanização do açúcar. “O consumo de açúcar não faz mal, o problema é que as pessoas estão consumindo mais e se exercitando menos”, avaliou.

Dornellas informou que apenas 19,2% de todo o açúcar consumido pelo brasileiro é obtido através de produtos industrializados. Segundo ele, 56% da adição do adoçante na alimentação acontece em casa. O consumo total do brasileiro por ano está em 30,07 quilos, volume acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 18,25 quilos por pessoa por ano.

De fato é necessária a redução do consumo de açúcar, mas o brasileiro tem um paladar doce e não se muda um hábito da noite para o dia, comentou Dornellas.

Igor Castro, diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir), compartilha da opinião de Dornellas. Entre as estratégias da Abir para contribuir com a redução do consumo de açúcar, o executivo citou o lançamento de bebidas em embalagens de tamanho menor, campanhas de restrição das vendas de refrigerantes em escolas, rotulagem diferenciada para os produtos ricos em açúcar, apoio a programas de dieta saudável e proibição do marketing infantil, através de ações como a não divulgação de propagandas de refrigerantes na televisão nos horários mais assistidos pelas famílias.

O médico cardiologista Daniel Magnoni, coordenador do Instituto Dante Pazzanese, citou algumas ações realizadas pelo instituto, como a organização de seminários sobre o tema e pesquisas com o público atendido no instituto.

Fizemos uma pesquisa com 3 mil pessoas e verificamos que 92% dos pesquisados não tem o hábito de ler os rótulos e quando leem não buscam informações nutricionais, mas sim a data de validade e o preço dos itens que compram.

Segundo Magnoni, diversas ações podem ser adotadas para a redução do consumo de açúcar.

É preciso educar a sociedade e podemos usar os 60 mil cardiologistas, pediatrias e ginecologistas que existem no Brasil como catalisadores dessa proposta”, afirmou Magnoni.

O deputado federal Arnaldo Jardim citou a importância de iniciativas como a da Raízen, que recentemente passou a apoiar corridas de rua.  No painel também foi mencionado o acordo feito entre a indústria e o governo para a retirada de 144,6 mil toneladas de açúcar dos alimentos industrializados até 2022.

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