Fase de consulta pública para o RenovaBio termina com 26 contribuições
28-03-2017

O Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu, ao todo, 26 contribuições de entidades e do próprio governo para o RenovaBio, programa do governo federal para expansão de biocombustíveis no País. A fase de consulta pública terminou na segunda-feira da semana passada, 20. A expectativa é de que a compilação dessas propostas e a montagem de uma diretriz final, a ser futuramente levada ao Congresso Nacional, ocorra no segundo trimestre.

O setor de biodiesel, por exemplo, tem, no cerne de suas propostas, o aumento gradual da mistura compulsória de biodiesel para 20% (B20) até 2030, o que acarretaria em produção de 18 bilhões de litros do produto e participação de 3,31% na matriz energética nacional. O segmento defende ainda linhas de crédito e de financiamento para unidades produtoras, estabelecimento de isonomia tributária entre os Estados, elevação da competitividade dos produtos da soja e adoção de políticas de promoção à industrialização da oleaginosa, aumentando o porcentual de processamento interno de 40% em 2016 para 65% em 2030. Além disso, o setor considera o sistema de leilão, atualmente em vigor, “o modelo mais adequado para se comercializar biodiesel no Brasil”.

Já o setor de biogás e biometano propôs definir o fator de precificação de combustíveis e metas para a Taxa de Descarbonização (TDC). Também sugere substituir veículos pesados e equipamentos a diesel por máquinas a gás, reduzindo em 50% as emissões desse tipo de transporte. Por fim, destacam-se o estabelecimento de uma regulação para a injeção de biometano urbano na rede de gás natural e um ambiente regulatório, com regras de financiamento, para o setor.

A área de bioquerosene de aviação sugeriu uma tributação diferenciada sobre a cadeia produtiva, integração com distribuidoras de querosene de aviação, linhas de crédito e de financiamento e mais pesquisa e desenvolvimento.

Por fim, o segmento de etanol de 1ª e 2ª gerações mostrou foco na diferenciação tributária entre o álcool e a gasolina, mais poluente. Conforme as entidades do setor, o efeito inflacionário disso se dá no curto prazo, “com impacto indireto desprezível e baixa perpetuação para o médio e o longo prazos”.

Outras propostas relacionam-se ao estabelecimento de metas anuais de emissões, estímulos a fontes mais limpas e ao aumento da eficiência dos veículos flex. Especificamente para o etanol 2G, feito de palha e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo, a sugestão é dar um prêmio de R$ 1 por litro até 2030 ou até que se alcance uma produção de 2,5 bilhões de litros por ano. Além disso, outras propostas são a formação de um comitê permanente para a biotecnologia industrial e a criação de instrumentos para a precificação de carbono e de mecanismos tributários.

Lançado no ano passado, o RenovaBio tem como horizonte o ano de 2030. A intenção é permitir ao Brasil cumprir suas metas, acertadas na COP 21, em Paris, de redução de 43% das emissões de gases do efeito estufa até aquele ano, tendo por base 2005. Os detalhes da consulta pública do RenovaBio estão site do Ministério de Minas e Energia ( Clique aqui e acesse ).