Fecularia troca lenha por biogás para abastecer secadores
07-01-2019

A Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) está estruturando um cluster de energias renováveis para aproximar indústria dos fornecedores. "Há uma demanda dos empresários por debates sobre as questão da eficiência energética e o cluster vem aproximar a indústria que pretende instalar um sistema fotovoltaico ou aproveitar o seu resíduo para geração de biogás. A ideia é unir as duas pontas", explicou João Arthur Mohr, gerente dos conselhos temáticos da Fiep. Em princípio, a Federação deve cadastrar 200 empresas fornecedoras.

Mohr lembra que existem bons exemplos de indústrias que já apostam em energias renováveis tanto com foco ambiental como de eficiência energética. "Já temos exemplos de usos nas regiões Oeste, Sudeste e região Norte. Os modelos de negócios do biogás vão desde o pequeno agricultor que produz o gás para consumo na propriedade, até as usinas de álcool e indústrias de grande porte que usam para energia distribuída, passando pelas de médio porte como um frigorífico ou uma moveleira", comentou o gerente da Fiep.

A fecularia Podium Alimentos, de Tamboara (Noroeste), conseguiu reduzir em 80% do uso de lenha em suas caldeiras utilizando o biogás gerado pelo resíduo da moagem da mandioca. O gás é usado para geração de energia térmica que alimenta três secadores de amido. "Os equipamentos eram abastecidos por vapor gerado pela caldeira de lenha. Adaptamos os secadores para o uso do biogás. O sistema facilitou o processo e garante uma produtividade mais contínua", afirmou Marcos Vieira Borges, gerente de produção da Podium. A instalação teve um payback de em torno de sete meses.

"Na região onde estamos instalados, outras fecularias que geram o mesmo tipo de efluente estão implantando o mesmo sistema. Isso faz parte da indústria 4.0", disse Bruna Silveira Silva, do controle de qualidade da empresa. A fecularia está com projeto para geração de energia fotovoltaica e para 2019 deve desenvolver estudos para aumentar a eficiência do modelo instalado.

Fonte: Folha de Londrina