Governo defende decretação de falência do Grupo Infinity
13-07-2015

O secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, encaminhou ofício ao juiz Paulo Furtado, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro da Capital, em São Paulo, defendendo a decretação de falência do Grupo Infinity Bio-Energy, que se encontra em processo de recuperação judicial, e apresentou à Justiça um novo “Plano de Recuperação Judicial”. Estima-se que somente com fornecedores, a Infinity Bio-Energy possua uma dívida que ultrapasse os R$ 2 bilhões.
Além disso, o grupo acumula um grande passivo trabalhista e débito milionário nas Fazendas Públicas. No Estado, o grupo é composto pelas empresas Cristal Destilaria Autônoma de Álcool S/A (Cridasa) e Infinity Agrícola S/A (Iasa), de Pedro Canário; Destilarias Itaúnas S/A (Disa) e Infinity Itaúnas Agrícola S/A (Infisa), de Conceição da Barra.
A decretação de falência pode ser um risco para os trabalhadores das indústrias, que já se manifestaram nesta semana por pagamento de salários. Na quarta-feira (8), os trabalhadores da indústria de álcool e açúcar paralisaram a BR-101, em Conceição da Barra, em protesto contra a falta de pagamento de salários e de benefícios por parte das indústrias da região
Os trabalhadores descobriram que as empresas do grupo Infinity Bio-Energy estavam desmontando o maquinário e enviando para São Paulo. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Álcool do Vale do Mucuri (Sindialv), Elias Francisco Costa, os trabalhadores da Disa já têm sete cestas básicas atrasadas e dois meses de salários não pagos. Ele contou que a empresa Ouro Verde, que presta serviço na usina, já está recolhendo os materiais e deixando no local.
No setor também está havendo uma onda de demissões, sem que haja o pagamento dos direitos dos trabalhadores. Os próprios trabalhadores estão se ajudando, tamanha a dificuldade que enfrentam.
Para o secretário, o plano apresentado pelo grupo representa mais uma tentativa de postergar o cumprimento das obrigações com os milhares de funcionários do setor sucroalcooleiro capixaba que já foram demitidos, com os produtores de cana-de-açúcar e com os demais credores, dentre eles o Espírito Santo.