Governo estuda se fará leilão para complementar oferta de energia
25-09-2014

O governo vai discutir a possibilidade de realização de um leilão para cobrir a necessidade de energia causada pela descontratação de cerca de 4,5 mil megawatts (MW) de distribuidoras, em 2015. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, haverá uma reunião ainda esta semana, no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, para analisar a questão.

O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ratificou a informação e disse que a análise levará em consideração, entre outros fatores, a possibilidade de entrega de energia por usinas com renovação de concessões. "Na verdade, temos 4,7 mil MW médios. É muito. Só tem que ver como fazer". Pela legislação, hoje se faz o leilão por pelo menos um ano, e no caso teria que ser por seis meses para não haver a sobrecontratação de energia, explicou.

Para Tolmasquim, a avaliação vai depender da decisão das distribuidoras. "O que a gente tem que prever agora é como fazer isso, dado que tem as usinas que vão renovar a concessão. A distribuidora tem que fazer a previsão da carga para a gente fazer o leilão, e a distribuidora fica na dúvida entre fazer a previsão da carga, considerando as cotas das usinas que vão renovar a concessão, ou não considerando. Então, tem um elemento de incerteza para saber como viabilizar o leilão", informou.

Segundo Tolmasquim, não há definição sobre fazer o leilão. "Eu diria que é uma tendência, mas não está decidido. O normal é que tenha, só se a gente tiver um problema muito grande é que a gente não vai fazer", completou.

O presidente da EPE adiantou que se o certame ocorrer, deve ser no fim do ano. "A gente vai sentar. Tem uma reunião marcada para começar a discussão. É no ministério, não sei se amanhã (25) ou depois de amanhã (26)", comentou, acrescentando que não será uma reunião decisiva. "Isso é o início de um processo, vão ter várias reuniões. Terá que haver simulação, análise jurídica para poder tomar a decisão", destacou.

Cristina Indio do Brasil com edição de Stênio Ribeiro