Grupo JB levanta R$ 130 milhões em primeira emissão de CRA
24-11-2021

O Grupo JB, que atua no setor sucroalcooleiro em Pernambuco e Espírito Santo, emitiu seu primeiro Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), no valor de R$ 130 milhões. Os recursos serão usados na renovação dos canaviais e no aumento da capacidade de produção de CO2 puro “verde” a partir de subprodutos da cana-deaçúcar no Nordeste.

Coordenada pelo banco Bocom BBM, a emissão marca também a estreia do Grupo JB no mercado de capitais. A companhia, fundada em 1964, expandiu seus negócios e entrou na operação de terminais portuários na Paraíba. No ano passado, ela faturou R$ 545,4 milhões.

O CRA, com vencimento em 2026, teve demanda superior à oferta - a emissão foi originalmente desenhada para levantar R$ 80 milhões. Pedro Caldas, chefe da área de crédito para empresas do Bocom BBM, afirma que o título foi integralmente alocado em investidores institucionais e do segmento private.

O banco já atuava no financiamento da companhia, mas tem buscado incrementar a atuação com operações de mercado para empresas estreantes, como a JB. Historicamente, o Bocom BBM ofertava crédito para pequenos agricultores e passou a atuar no agronegócio recentemente.

“O CRA não é o objetivo final, mas apenas mais uma forma de auxiliar na melhoria da estrutura de capital dos nossos clientes. Continuaremos fazendo novos negócios com a JB, seja em operações de hedge ou novas operações de financiamento bilateral”, complementa Breno Figueiredo, head do Crédito Comercial.

Além de renovar parte dos 25,3 mil hectares cultivados com cana-de-açúcar para produção de álcool, açúcar, aguardente e energia elétrica, o Grupo JB vai incrementar a produção da Carbo Gás, empresa da companhia que produz e comercializa o dióxido de carbono puro.

O gás é obtido a partir do aproveitamento de um subproduto da fermentação do caldo da cana-de-açúcar usada para produção de álcool e aguardente. Com a matéria-prima oriunda do campo e do processo industrial para produção de alimento e combustíveis, o gás liquefeito, incolor, inodoro, não-inflamável, levemente ácido e solúvel em água, é considerado “verde”.

O CO2 é usado em várias aplicações na indústria. Uma das formas mais conhecidas é o gelo seco. O produto é utilizado na gaseificação de bebidas, no congelamento e resfriamento de alimentos perecíveis, na fabricação de metais, em catering, e usos químicos e farmacêuticos.

“Por termos unidades de produção em diferentes regiões, que possuem períodos de safras complementares, somos capazes de fornecer CO2 puro verde aos nossos clientes o ano inteiro, sem interrupção”, diz o acionista Carlos Beltrão. “Estamos especialmente bem posicionados para atender os Estados do Norte e Nordeste, onde logística é um diferencial”, complementa.

Fonte: Valor Econômico